Bolsonaristas alvos do STF têm milhões de seguidores nas redes

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Foto: Gabriela Biló/Estadão

Os influenciadores bolsonaristas que foram alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na quarta, 27, somam em seus perfis oficiais no Youtube, Facebook, Twitter e Instagram 19 milhões de fãs e seguidores. O número fica ainda mais expressivo se somado aos mais de 8 milhões de seguidores dos parlamentares intimados a depor por ordem do Supremo Tribunal Federal também na operação de quarta, realizada no âmbito do inquérito das fake news do tribunal.

Os números são da consultoria Bites, que fez o levantamento para demonstrar que a operação realizada na quarta, 27, com determinação do STF, atacou o núcleo duro uma rede interconectada de sites e perfis nas redes sociais que tem sido capaz de produzir conteúdo em escala exponencial e com aumento constante de audiência.

“A ação do STF pode ter criado uma perturbação no ecossistema de informação do bolsonarismo, mas ele continua em operação e se preparando para os próximos passos”, diz o diretor da Bites, Manoel Fernandes. “A militância do presidente tem uma vantagem em relação aos movimentos da oposição. Eles estão em treinamento contínuo há pelo menos cinco anos e encontraram em Bolsonaro o ponto focal para receber toda essa energia digital. Algo que ainda não ocorre com o outro lado.”

A consultoria mostra que, no Twitter, as menções ao STF atingiram na quarta o maior patamor dos últimos 12 meses. Por volta de 20h30, já tinham sido publicados 1,2 milhão de posts sobre a Corte. Considerando os últimos 12 meses, o Supremo apareceu em 29,2 milhões de posts no Twitter. De acordo com a Bites, a Suprema Corte dos Estados Unidos e suas instâncias estaduais, por exemplo, foram citadas em 332 mil posts.

Só na quarta, quase 2,4 mil publicações sobre o STF foram feitas em sites da mídia profissional, alternativa e bolsonarista. “O que chama atenção é a capacidade das páginas de apoio ao presidente de conseguirem interações no Facebook e no Twitter (curtidas, compartilhamentos, comentários e retuítes) no mesmo patamar dos veículos profissionais. Entre os 30 artigos de maior propagação, 11 são de sites de apoio ao presidente da República”, diz Manoel.

Estadão