Bolsonaro aparelha comunicação da PF

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Foto: EVARISTO SA / AFP

O delegado da Polícia Federal Fabio Ricardo Ciavolih Mota foi renomeado para o cargo de chefe da Divisão da Comunicação Social do Gabinete da corporação nesta segunda-feira (18), depois de deixar o posto em abril do ano passado e assumir cargos na Secretaria-Geral da Presidência da República e na Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro.

A nomeação dele foi publicada nesta segunda no Diário Oficial da União (DOU), com a assinatura do recém-empossado diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza. Segundo o próprio Mota, o convite foi feito por Souza. Os dois tiveram contato enquanto Mota era chefe da Divisão de Comunicação, e Souza, superintendente da PF em Alagoas.

Mota havia chefiado a Divisão de Comunicação entre junho de 2018 e abril de 2019, além de ter comandado por quase 3 anos a equipe de comunicação da Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

Na última terça-feira (12), Mota foi exonerado do cargo de assistente do Departamento de Pesquisa da Secretaria de Publicidade e Promoção da Secretaria Especial de Comunicação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República. Ele havia sido nomeado para este cargo em 2 abril, tendo ficado pouco mais de um mês na função.

Apesar de o cargo estar oficialmente vinculado a departamento da Secretaria Especial de Comunicação, em entrevista ao G1, Fábio Mota informou que atuava como assessor da Secretaria-Executiva da Secretaria de Governo desde outubro do ano passado. Ele contou ter atuado, inclusive, junto ao grupo que discute as ações econômicas do governo no combate aos efeitos da pandemia da Covid-19.

Servidor público há 23 anos e há 17 anos na Polícia Federal, Mota informou ter começado a trabalhar com a equipe do governo do presidente Jair Bolsonaro em abril do ano passado. Na ocasião, ele foi cedido à Presidência da República para atuar na Secretaria-Geral, prestando serviço para a Secretaria de Modernização do Estado.

Mota afirma ter sido convidado para trabalhar no governo devido a sua formação, depois de ter feito o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra. Ele nega, no entanto, ter proximidade com o Palácio do Planalto. “Não tenho nenhuma relação direta com o Planalto”, disse.

Ele informou ter aceitado o convite do diretor da PF Rolando Alexandre Souza para retornar para a Divisão de Comunicação da corporação por ser uma função que já exerceu. Além disso, ele ponderou que voltará a contar o seu tempo de contribuição para aposentadoria, o que não foi contabilizado no período em que ele estava cedido da PF para o Palácio do Planalto.

O G1 entrou em contato com o Palácio do Planalto, mas até por volta de 13h30 não havia obtido resposta.

Mota havia começado a chefiar a Divisão de Comunicação da PF em 27 de junho de 2018, ano de eleições. Em 15 de abril do ano passado, Mota foi nomeado para o cargo de assessor na Secretaria-Executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República.

O novo posto era do tipo DAS 102.4, ou seja, do grupo de cargos comissionados do governo federal de “Direção e Assessoramento Superiores”, com remuneração de R$ 10.373,30. Segundo Mota, ele prestava serviço para a Secretaria de Modernização do Estado.

Em agosto do ano passado, foi exonerado do cargo de assessor na Secretaria-Executiva e nomeado para “Cargo Temporário” na Secretaria-Geral da Presidência da República, também do grupo DAS 102.4. Apesar da mudança formal, Mota seguia na Secretaria de Modernização, onde permaneceu até 9 de outubro, quando foi exonerado.

O terceiro cargo comissionado em secretaria diretamente vinculada à Presidência da República foi o de assistente na Secretaria-Executiva da Secretaria de Governo da Presidência da República, código GR-IV.

Ele não ficou mais que 4 meses no cargo e foi nomeado para ocupar o de assistente do Departamento de Pesquisa da Secretaria de Publicidade e Promoção da Secretaria Especial de Comunicação Social, também vinculada à Secretaria de Governo. Mais uma vez, Mota explicou que a mudança se deu apenas por uma questão formal dos cargos disponíveis, mas que continuou atuando como assessor da Secretaria-Executiva da Secretaria de Governo.

G1