Bolsonaro não dará Saúde a Centrão

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro está abrindo espaços para o Centrão no governo, mas o grupo que abrange diversos partidos fisiológicos do Congresso não deve abocanhar o Ministério da Saúde, ao menos neste momento. Interlocutores dizem ainda que Bolsonaro não tem pressa para escolher o sucessor de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, apesar de o número de mortes pelo coronavírus estar batendo seguidos recordes no país.

A tendência principal ainda é a de que Bolsonaro escolha um médico, de preferência renomado, mas que abrace suas principais bandeiras em relação à pandemia: a defesa da cloroquina e o afrouxamento do isolamento social.

Segundo fontes, o presidente pode oferecer ao Centrão ao menos três secretarias importantes da pasta, que estão vagas: Atenção Primária, Atenção Especializada em Saúde e Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.

Nos últimos dias, em meio a especulações quanto a um substituto para Teich, surgiu o nome do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que inclusive testou positivo para a covid-19 em 25 de abril.

Integrante de uma das maiores siglas do Centrão, Barros, que é engenheiro civil, foi ministro da Saúde no governo Michel Temer.

Mas o cálculo político do Planalto é o de que este não é o melhor momento para oferecer um cargo tão pesado ao fisiologismo do Congresso. Entre outras coisas porque o principal impacto desse gesto agora seria desagradar ao núcleo duro de apoio do presidente.

Bolsonaro vem abrindo espaços ao Centrão a fim de angariar apoio no Congresso e enfraquecer as possibilidades de um eventual processo de impeachment prosperar. Mas, os postos oferecidos até aqui são todos de segundo escalão.

Na opinião de aliados, se a ameaça de impeachment ficar mais clara, o Bolsonaro terá ainda os ministérios a oferecer aos partidos para evitar que isso aconteça.

Enquanto isso, o secretário-executivo da pasta, general Eduardo Pazuello, vai estendendo a sua interinidade. E se cercado de militares na pasta, estratégia que começou há cera de um mês, quando ele foi escolhido o número 2 de Teich. Ontem, ele confirmou a nomeação de nove integrantes do Exército para postos no ministério.

As vagas vão de assessores especiais para o gabinete do ministro até diretores, assessor técnico ou coordenadores para exercer funções administrativa, orçamentária, contábil, e também atividades do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Nacional de Saúde.

Valor Econômico