Desembargadora apoia Flavio Bolsonaro em ameaças ao STF

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Foto: Cristiano Mariz/.

A desembargadora do TRF 1, em Brasília, Maria do Carmo Cardoso acusou Celso de Mello de rasgar a Constituição e se disse “estarrecida” com o comportamento do decano do Supremo.

As críticas da magistrada não constam em processo algum — nos autos, dificilmente ela o faria. Cardoso preferiu desabafar numa publicação de Flávio Bolsonaro.

E não foi uma publicação qualquer.

Na sexta-feira, o 01 divulgou em sua conta no Instagram a carta pela qual Augusto Heleno faz ameaças veladas e fala em “consequências imprevisíveis”, caso o telefone celular de Jair Bolsonaro fosse apreendido.

O chilique anti-democrático de Heleno se deu porque Mello solicitou um parecer da PGR sobre um pedido de políticos que pleiteavam ao STF a apreensão do celular presidencial.

Flávio Bolsonaro publicou a missiva de Heleno e escreveu: “A legenda é por sua conta”.

Da conta da desembargadora Maria do Carmo Cardoso vieram as seguintes frases, acompanhadas de emojis de corações, aplausos e bandeiras do Brasil:

— É o mesmo que rasgar a constituição da república! Estou, deveras, estarrecida com a postura do “decano”, Saulo Ramos tem a resposta em seu livro.

A magistrada se refere ao livro “Código da Vida”, em que o ex-ministro da Justiça Saulo Ramos profere duras acusações contra Celso de Mello. O pano de fundo é a sessão do STF em que Mello votou pela impugnação da candidatura de José Sarney ao Senado pelo Amapá.

Ramos afirma que Mello o telefonou para justificar que havia se posicionado contra os planos de Sarney apenas para contrariar as previsões da imprensa, que davam como certo seu voto favorável à candidatura.

Reportagens feitas à época d publicação do livro revelam diversas inconsistências no relato de Saulo Ramos.

Maria do Carmo Cardoso, porém, não deve ter se interessado por isso, e nem por prestar contas das imputações feitas a um ministro do Supremo.

Desde 12h15 de ontem, o blog está perguntando se ela deseja se manifestar sobre o que escreveu. Até agora, nada.

O Globo