Ex-ministros da Defesa criticam ameaças de golpe militar

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Seis ex-ministros da Defesa assinaram uma nota em repúdio aos grupos que defendem um golpe de Estado com o uso das Forças Armadas para o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A nota reconhece a postura correta e democrática das Forças Armadas e faz a crítica necessária aos que buscam em manifestações desviá-las de suas atribuições constituições. Repudiamos o desrespeito desses grupos antidemocráticos”, afirmou Raul Jungmann, ministro no governo de Michel Temer.

Outros signatário do documento, o deputado federal Aldo Rebelo afirmou ao Estadão que esses apelos antidemocráticos são ainda mais graves pelo momento em que ocorrem, quando o País vive uma crise econômica, social e de conflito entre os Poderes da República. “Esses grupos precisam ser contidos pelos meios legais e devem sofrer condenação política.”

Embora o manifesto não cite o presidente Jair Bolsonaro, Rebelo lembrou que a presença dele em protesto em frente ao quartel do Comando Geral, em Brasília, causou grave problema, não só pela pauta antidemocrática, bem como pela simbologia de sua presença no lugar. Além de Jungmann e Rebelo, assinam o documento Celso Amorim, Jaques Wagner, José Viegas Filho e Nelson Jobim, todos ministros dos governos petistas.

A nota diz que “a democracia no Brasil, mais que uma escolha, conforma-se como um destino incontornável, que necessita da contribuição de todos para o seu aperfeiçoamento.” E conclui que “qualquer apelo e estímulo às instituições armadas para a quebra da legalidade democrática – oriundos de grupos desorientados – merecem a mais veemente condenação. Constituem afronta inaceitável ao papel constitucional da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, sob a coordenação do Ministério da Defesa.”

Estadão