Governo da sinais de estar desnorteado

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Foto: Carolina Antunes/PR

Esta quinta (14) foi considerada por políticos o exemplo perfeito do desnorteio do governo. Jair Bolsonaro acenou a governadores para, depois, atacá-los. Falou mal de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e, em seguida, disse que voltou a namorá-lo. Teve tempo de encolher ainda mais seu ministro da Saúde e dizer que vai, de novo, atropelar seu Posto Ipiranga. Por fim, veio à tona parte do que afirmou na reunião de 22 de abril. Proteção à família e a amigos. Vou interferir. Ponto final.

Outro sinal de descoordenação nesta quinta (14) foi a edição da medida provisória 966. Para opositores, foi uma demonstração de que a preocupação do presidente é com questões pessoais. Enquanto vem cobrando da PF medidas contra desvios durante a pandemia, edita MP que, na prática, dá “salvo-conduto” a agentes públicos.

Na reunião com a Fiesp, Bolsonaro só acertou na terceira tentativa o termo “lockdown” para criticar o governador João Doria (PSDB-SP). Na primeira, saiu um “locaute”, na segunda, um “blecaute”.

Governadores continuam sem fé em qualquer tipo de sinal de Bolsonaro sobre aproximação. “Seria muito bom que o governo federal chamasse para uma conversa sincera, mas acho que, se ele chamar, será para fazer um novo enfrentamento”, diz Renato Casagrande (PSB-ES).

¨Enquanto o presidente não mudar a postura de desorganização, não dá. Ele precisa deixar de ter duas caras. Uma cara fala em diálogo, e a outra fala em jogar pesado contra governadores”, afirma Flávio Dino (PC do B-MA).

Um dos motores para Rodrigo Maia (DEM-RJ) ter aceitado o convite para visitar Jair Bolsonaro é a pressão que ele encontra dentro da própria Câmara, de deputados desejosos em aderir às fileiras do governo e receber, em troca, cargos e emendas. Segundo líderes do centrão, membros do PSDB, MDB e do Podemos entraram nas negociações com o Planalto.

Folha De S. Paulo