Maioria dos americanos é contra fim da quarentena

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Foto: Go Nakamura/Reuters

Uma pesquisa do jornal americano The Washington Post, em colaboração com a Universidade de Maryland, revelou nesta terça-feira, 5, que a maioria dos americanos é contra o fim da quarentena e reabertura da economia nos Estados Unidos. Após semanas fechados para conter a propagação do coronavírus, restaurantes, lojas e outras empresas reiniciaram as atividades em quase metade dos estados americanos, em resposta à pressão do governo federal.

O comércio no qual americanos mais confiam, no momento, são os supermercados: 56% das pessoas se diz confortável em fazer compras. Contudo, 67% diz ter receio de entrar em uma loja de roupas e 78% não se sentiria à vontade para comer em um restaurante.

O desconforto dos americanos em apoiar o comércio que reabre as portas representa um grande obstáculo para a retomada da economia. A oposição mais significativa é à reabertura de cinemas, com 82% dos americanos contra. Há também uma ampla oposição à reabertura de academias (78%), restaurantes e salões de beleza (ambos com 74%).

A pesquisa, conduzida entre 28 de abril e 3 de maio com 1.005 pessoas, mostra que a oposição ao relaxamento das restrições está ligada a um persistente medo de contrair a Covid-19, doença causada pelo coronavírus. O medo de infecção aumentou: 63% dos americanos dizem estar muito ou um pouco preocupados em pegar o vírus e ficar gravemente doentes, comparado aos 57% da pesquisa de duas semanas atrás.

A maioria dos entrevistados, 38%, também indicou que acredita que o pior da pandemia ainda está por vir. O pior já passou para 31% e, para 30%, o pior está acontecendo agora.

Segundo o Post, a margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais para todas as estatísticas, exceto aquelas sobre quais empresas deveriam ser reabertas ou ficar fechadas, cuja margem de erro é de cinco pontos.

O presidente Donald Trump continua a receber notas negativas por sua resposta ao surto. Do total de entrevistados, 44% o avaliou positivamente e 56%, negativamente, mantendo o mesmo nível das últimas semanas – com grande diferença partidária, já que ele tem o apoio de 80% dos republicanos e de apenas 20% dos democratas. Enquanto isso, os governadores são avaliados positivamente por 75% dos americanos.

Autoridades federais de saúde pública – como o médico Anthony Fauci, da força-tarefa de resposta à pandemia – também receberam ampla aprovação. A avaliação positiva de Fauci é de 74%, com amplo apelo bipartidário, e outros cientistas de saúde pública são classificados positivamente por 71% das pessoas.

Na segunda-feira 4, o governo americano publicou dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência federal de saúde, projetando que o total de mortes vai praticamente dobrar, da média diária atual de 1.750 para 3.000 óbitos por dia, no final de maio. O número de casos diários, por sua vez, pode subir dos 25.000 atuais para cerca de 200.000. Mesmo assim, o presidente pressiona estados para uma retomada da economia.

“Em algum momento, precisamos abrir nosso país”, disse Trump, durante uma plenária no domingo 3. “E as pessoas estarão seguras. Mas não temos escolha. Se não, não haverá mais um país para reabrir.”

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