Militares declaram guerra à Fiocruz

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Foto: Econt/Wikimedia Commons

Há uma querela dentro do governo que não é pouca coisa. As posições adotadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesse combate a epidemia incomodam o Ministério da Saúde.

A Fiocruz é vinculada a essa pasta.

Essa indisposição ganhou corpo com a chegada dos militares ao ministério. Duas manifestações em especial da fundação incomodaram: uma nota da presidência da Fiocruz, de 06 de maio, favorável à adoção do lockdown no Rio e a postura crítica de pesquisadores da instituição ao protocolo do ministério que flexibiliza o uso da cloroquina.

Integrantes da nova gestão do ministério reduzem a Fiocruz a um espaço vinculado ao PT e que não atua alinhada com Brasília.

Não à toa o ministério incumbiu a secretária de Gestão e Trabalho, Mayra Pinheiro, para a coletiva no Planalto que explicou o novo protocolo da cloroquina.

É uma defensora ardorosa da cloroquina e também uma fervorosa antipetista. Disputou uma vaga no Senado em 2018 pelo PSDB, mas colou sua imagem a de Jair Bolsonaro. Foi levada para o ministério por Henrique Mandetta, mas segue no governo.

A secretária apresentou o protocolo da cloroquina como um “clamor popular”, para conter a expansão de casos e mortes no país.

Esse novo grupo discute interferir de alguma maneira no processo de escolha na Presidência da Fiocruz, que terá eleição ano que vem. É um processo interno, no qual uma lista tríplice é enviada ao presidente da República. A pesquisadora Nísia Trindade é a atual presidente, num mandato que dura três anos.

No ministério, há um incômodo específico com a vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação.

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