Ministro do STF está decidido a desbaratar gabinete do ódio

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Foto: ROSINEI COUTINHO/SCO

Os ataques de Jair Bolsonaro a Alexandre de Moraes foram interpretados por entendedores do bolsonarismo como vacina ao que está por vir, as revelações dos inquéritos tocados pelo ministro do STF: o presidente, desde já, estaria construindo narrativa para, mais adiante, tentar deslegitimar o condutor das apurações, atribuindo a Moraes atuação “enviesada”. Moraes, dizem colegas e interlocutores do ministro, está determinado a descobrir a verdade sobre os atos antidemocráticos e a praga das fake news contra adversários do presidente.

No bolsonarismo, Moraes é apontado como nome do PSDB e do MDB dentro do STF. Ou seja, preparam a narrativa de que o ministro atua conforme os interesses do governador João Doria. O ministro foi indicado pelo ex-presidente Michel Temer depois de ter sido secretário de Geraldo Alckmin.

Em outra frente aberta por Moraes, o veto à indicação de Alexandre Ramagem para comandar a PF, alguns ministros do Supremo concordam, reservadamente, com o argumento do Palácio do Planalto.

Acham que, se o problema de Ramagem é a amizade com Carlos Bolsonaro, por que o delegado da PF pôde ter permanecido à frente da poderosa Abin tanto tempo?

Na sessão do STF que invalidou restrições de Bolsonaro à Lei de Acesso à Informação, o ex-presidente da OAB Marcus Vinicius Coêlho fez desagravo a Alexandre de Moraes. Todos os ministros aproveitaram o ensejo para destacar as qualidades éticas do colega alvo do presidente.

Estadão