Piora da pandemia no país faz dólar disparar

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Foto: Jose Luis Gonzalez/Reuters

O dólar comercial hoje, rumo a novo recorde nominal, enquanto a Bolsa oscilava. Por volta das 13h20, a moeda norte-americana avançava 1,92%, vendida a R$ 5,813, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa Brasileira subia 0,72%, a 79.634,03 pontos.

Ontem, o dólar fechou em alta de 2,03%, a R$ 5,703 na venda, nova máxima recorde para encerramento, e a Bolsa caiu 0,51%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

O Banco Central cortou na quarta-feira a taxa básica de juros (Selic) à mínima histórica de 3% ao ano. A redução de 0,75 ponto percentual foi mais forte do que a prevista pelo consenso de mercado e sinalizou uma última diminuição à frente para complementar o estímulo monetário necessário em meio aos impactos da pandemia de coronavírus.

“O dólar opera mais fraco no exterior hoje, mas aqui é diferente, porque, com a decisão do Copom, a tendência do dólar é ficar mais estressado”, disse à Reuters Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, citando surpresa dos mercados após um corte acima das expectativas medianas.

Uma pesquisa feita pela Reuters com 26 economistas mostrou que todos esperavam redução de 0,5 ponto percentual na última reunião do Copom.

O BC afirmou em comunicado que uma nova redução não deve ser maior que a adotada na quarta-feira, de 0,75 ponto, indicando que a Selic não deve cair aquém do patamar de 2,25% ao ano.

Em nota, o Bradesco avaliou que o futuro da taxa “dependerá, essencialmente, da combinação de dados econômicos, preços de commodities e da resposta da taxa de câmbio ao ambiente global, doméstico e à própria queda de juros”.

De fato, a redução sucessiva da Selic a mínimas históricas tem surtido efeitos consideráveis sobre a moeda brasileira. Quanto menores os juros, menos rentáveis são os investimentos locais atrelados à Selic, o que torna o Brasil menos atraente para o investidor estrangeiro quando comparado a países emergentes de risco parecido.

Ainda no radar dos mercados estava a notícia de que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos totalizaram 3,169 milhões na última semana.

O Banco Central negocia nesta quinta-feira até 7,54 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021.

Uol