Promessa de Bolsonaro a Aras é para um hipotético 2º mandato

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Por Eduardo Guimarães

Causou desconfiança e surpresa a promessa que Bolsonaro fez àquele que cuida de investigações e decisões que envolvem o presidente da República e sua família: o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Trata-se da promessa de nomeá-lo para uma hoje inexistente terceira vaga no STF ao longo do atual mandato do presidente da República.

Bolsonaro só poderá nomear dois ministros até 2022. Um neste ano (para a vaga de Celso de Mello) e outro no ano que vem (para a vaga de Marco Aurélio Mello).

É obvio, portanto, que Bolsonaro está insinuando a Aras que, se for reeleito, o atual PGR irá para o Supremo em alguns poucos anos, após uma carreira duradoura no MPF

Ocorre que Bolsonaro não vem se notabilizando, exatamente, pela retidão de suas promessas e pela durabilidade de suas alianças políticas – que é, escancaradamente, o caso na promessa do presidente ao PGR.

O tamanho desse escândalo não cabe em um país sério. Se deixarem o presidente da República tentar subornar autoridades de forma tão desabrida, institucionalizaremos a corrupção e tornaremos piada qualquer tentativa de combatê-la.

Espera-se que haja uma reação à altura do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal. Sem prejuízo de uma Comissão Parlamentar Mista de inquérito no Congresso Nacional.

Se é que já não estamos em uma ditadura daquelas em que o ditador está pouco se lixando para o que qualquer um pense dos seus atos simplesmente porque inexiste quem possa impedi-lo.