Um mês depois, demissão de Moro virá escândalo

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Foto: Adriano Machado/Reuters

O ministro Celso de Mello maratonou na noite desta segunda os episódios da famosa reunião de Jair Bolsonaro com seus ministros no Planalto. Além de lances de interferência presidencial na Polícia Federal para blindar familiares e amigos em investigações criminais, o encontro oferece um longo cardápio de palavrões e declarações inapropriadas – para dizer o mínimo – das excelências da Esplanada.

O decano avisou ontem que pode levar até sexta-feira para decidir sobre a liberação da obra. Divulgando nesta terça ou no fim da semana, o que é certo é que as cenas explícitas do governo Bolsonaro funcionando em estado cru vão marcar o aniversário do primeiro mês da demissão de Sergio Moro do governo.

Nem parece, mas a saída bombástica do ministro da Justiça completa 30 dias no domingo. Nesse período, os atritos de bastidor entre Moro e Bolsonaro evoluíram à condição de escândalo político com roteiro escrito no Supremo Tribunal Federal.

Enquanto Moro reorganizava sua vida em Curitiba, o presidente fez preparativos para a guerra. Chamou os investigados da Lava-Jato que comandam os partidos do centrão e mandou que eles escolhessem os cargos de desejo na máquina ministerial. A blindagem política dessa sociedade e o desprezo da banda fisiológica do Congresso por Moro jogam a favor do presidente.

Moro, no entanto, tem a experiência de quem comandou a Operação Lava-Jato e vem ditando o ritmo da crise que começou como um atrito de relacionamento e converteu-se em escândalo político, com direito a rodadas diárias de depoimentos, revelações bombásticas, frases de efeito e, claro, muito suspense.

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