Zambelli acusa Bolsonaro de dar cargo a Regina para ajudá-la

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Foto: Reprodução

Maior acervo da memória audiovisual do país (mais de 250 mil rolos de filmes e um milhão de documentos), a Cinemateca Brasileira, em breve, será administrada por Regina Duarte, destituída do posto de secretária especial de Cultura na manhã desta quarta-feira (20). No Congresso, a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem provocando reações das mais diversas.

Colada em Regina nos últimos dias, a deputada federal Carla Zambelli (PSL), numa entrevista à CNN Brasil, disse que a atriz saiu “triste” e que ganhou cargo na Cinemateca para não ficar “desamparada”, depois de perder contrato na TV Globo. A parlamentar também elogiou a escolha do nome do ator Mario Frias (“Ele foi um ator de sucesso, e depois virou um produtor de sucesso. Entende de gestão”) para secretário de Cultura.

A deputada federal , que é amiga de Regina e ajudou na negociação da troca de cargo, reuniu-se na tarde desta terça com Frias no Palácio do Planalto. Na saída, ela disse que Frias deveria se encontrar com Bolsonaro em seguida. Entretanto, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência informou que até 15h50 não havia previsão de de reunião entre os dois. De acordo com Zambelli, ainda não foi feito um convite formal para o ator assumir o cargo.

— Ainda não está definido. Ele é cotado, mas não está definido. Como diria o presidente, eles estão namorando. Mas ainda não fez o convite.

A parlamentar também ressaltou que Regina Duarte irá continuar no cargo até que seja feita uma mudança na Cinemateca, retirando o vínculo com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), mas disse que não há data para isso ocorrer.

Zambelli minimizou a alteração, dizendo que Regina quer ficar mais perto da família e que Bolsonaro teve a ideia de ela contribuir com o governo estando em São Paulo.

— Ela começou a sentir falta da família, conversou com o presidente hoje, dizendo que estava sentindo falta dela e o presidente disse então: “O que você acha de ir para São Paulo”. Ela pediu para sair. Ele mesmo colocou isso: “Você quer continuar no governo?” — relatou a deputada. — Ela falou: “eu adoraria continuar contribuindo”, mas ela não imaginou que pudesse fazer isso de São Paulo.

Mais cedo no Twitter, Carla Zambelli escreveu: “Ao contrário do que a mídia insiste em dizer, o presidente não está ‘fritando’ Regina Duarte. Ela segue com a gente, só que contribuindo lá de São Paulo, mais perto de sua família, na Cinemateca, para onde vai daqui alguns dias”.

 

O Twitter também foi utilizado por outras personalidades do meio político, que repercutiram a saída de Regina Duarte do cargo.

Líder da oposição no Senado, eleito pela Rede Sustentabilidade do Amapá, o senador Randolfo Rodrigues postou: “Regina Duarte nem chegou a compor o ‘governo’. Nada fez pela cultura, sequer se sensibilizou com a morte de colegas. Com todo respeito, que ela mesmo deixou de ter, já vai tarde!”

A deputada federal Maria do Rosário (PT) escreveu: “Caiu Regina!? Assumiu quando, mesmo? Nunca. Será que um dia revelará que foi o pior pior papel de sua vida? Mas essa é a vida real, Regina! Talkey..? Parece que você descobre agora quem destrói pessoas, reputações e você deveria ter medo.”

O professor de história e ex-deputado federal Chico Alencar (Psol), comentou: “Regina sai como entrou: pequenada, servil e insensível às agruras do povo da Cultura. A nulidade vai ser pajem do Bolsonaro quando ele for a SP. Se merecem.”

Em vídeo postado na manhã desta quarta-feira por Jair Bolsonaro, Regina Duarte diz que sua saída da Secretaria foi um ‘duplo presente’, graças à nomeação para a Cinemateca.

 

O Globo