Antes de ser presa, Sara já tinha pedido de prisão

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Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

Uma das denúncias contra Sara Fernanda Geromini no inquérito das fake news partiu de um deputado do PSL. O PSL é a legenda que abrigou Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Posteriormente, o presidente da República e parte dos deputados tentaram tomar o controle da agremiação. Não conseguiram e o chefe do Executivo deixou a sigla. Mas, por um tempo, o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (SP) assumiu a liderança na Câmara, neutralizando os adversários. O Correio teve acesso com exclusividade ao documento. Nereu Crispin (PSL-RS) apresentou ao Supremo Tribunal Federal uma série de postagens da militante de extrema direita, que é mais conhecida como Sara Winter, e pediu a prisao temporária da suspeita e de outros radicais, o que acabou por se confirmar em 15 de junho.

O parlamentar classifica Sara como “subversiva”. “No pedido de abertura de inquérito, o procurador-Geral apontou para a necessidade de ser investigada a organização dos atos. Em virtude da ampla divulgação da atuação subversiva de Sara Winter, (…) uma das comandantes de inteligência e estratégia, guerra semântica e subversão política, é imprescindível a apuração do crime de incitamento à subversão da ordem política ou social, dentre outros crimes contra a segurança nacional”, argumentou.

A militante, em suas postagens, faz propaganda do grupo radical de extrema direita 300 do Brasil, fala de objetivos do grupo e de ações propostas, com treinamento de “com especialistas em revolução não violenta, táticas de guerra de informação, palestras sobre a atual situação política, economia e social do Brasil”, marcado para acabar, segundo consta no levantamento do deputado, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) cair. Ela também pede ajuda financeira para o grupo.

Crispin lembra, ainda, os vídeos de ameaças postados por apoiadores do presidente da República, que noticiavam a vinda de uma caravana para “dar cabo a essa patifaria estabelecida no País e representada por aquela casa maldita do Supremo Tribunal Federal – STF, com seus 11 (onze) ‘gângsteres’, que têm destruído a Nação”.

“Ademais, circulou nas redes sociais do senhor Paulo Felipe- autodenominado ‘Comandante Paulo’ – e do senhor Marcelo Stachin, uma convocação de todo o povo brasileiro para estarem presentes em Brasília, no dia 08 de maio de 2020, com previsão de arregimentação de 300 caminhões e respectivos ocupantes, além de militares da reserva, civis, homens, mulheres e crianças. Contudo, o dia ‘D’ agendado para a citada manifestação, conforme divulgado por Paulo Felipe, outro defensor de Jair Bolsonaro, é o próximo domingo, 10/05″, prossegue o texto.

O parlamentar argumentou ao Supremo que os citados cometeram crimes graves, como “incitamento à subversão da ordem política ou social, dentre outros crimes contra a segurança nacional”. “Cumpre salientar que a oitiva dos citados ativistas vai ao encontro do objeto de investigação delimitado pela Procuradoria-Geral da República”, disse.

“Ressalto que além da oitiva da senhora Sara Winter, do senhor Paulo Felipe e do senhor Marcelo Stachin no respectivo inquérito para apuração do financiamento e propagação de idéias contrárias a ordem constitucional e ao Estado Democrático, seja determinada, por esta Corte Constitucional, a prisão preventiva por atos atentatórios aos três Poderes da República, supressão de garantias fundamentais, e ataques às conquistas democráticas tornadas realidades com a Constituição Federal cidadã, promulgada em 1988”, encerra o texto.

Correio Braziliense