As pessoas vão parar de usar dinheiro vivo

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Foto: Silvia Zamboni/Valor

A utilização do dinheiro em espécie vai cair como um dos efeitos da pandemia, afirma o diretor de Política de Negócios e Operações da Febraban, Leandro Vilain, que participou de mesa redonda virtual promovida nesta quarta-feira pela IBM e Valor. “A utilização de dinheiro em espécie vai cair, já começamos a ver aumento de uso de transações através de celular e utilização de cartão sem contato, o ‘contactless'”, acrescenta.

Segundo Vilain, “na Europa esse processo de contactless já disparou”. O diretor da Febraban cita que “dados não confirmados apontam que 70% a 80% das transações de cartões [na Europa] estão sendo em contactless na pandemia”.

Na visão do dirigente, o cenário de queda de uso de numerário físico tende ainda a se consolidar após o início de funcionamento do sistema de pagamentos instantâneo no Brasil, batizado de Pix e coordenado pelo Banco Central. “O sistema vai vir para consolidar esse processo, diminuindo muito a necessidade de ter os recursos em espécie.”

O gerente geral da IBM no Brasil, Tonny Martins, coloca o sistema bancário brasileiro na vanguarda mundial em termos de tecnologia. “Já morei fora do país, na Ásia, no México, e o sistema financeiro brasileiro é extremamente evoluído digitalmente e está sempre na vanguarda, como foi o sistema de pagamentos e agora com o pagamento instantâneo.”

Conforme o vice-presidente executivo do Bradesco, André Cano, a implementação do PIX, no entanto, oferece desafios à indústria financeira no país. “Temos, por exemplo, desafios em termos de prazo, que é relativamente exíguo”, diz.

Os testes de homologação do PIX começaram em junho. As instituições têm até 16 de outubro para completar as fases cadastral e de homologação.

De acordo com Cano, uma das preocupações se relaciona à confirmação de identidades. “Existem essas questões de interface e autenticação, ou seja, de saber se quem está fazendo a transferência é realmente o cliente.” Segundo o vice-presidente do Bradesco, no sistema de cartões “quando a pessoa diz que não fez a transação isso se resolve facilmente com a bandeira e no PIX não está muito claro como vai ser feito”.

Valor Econômico