Bolsonaro aposta em calúnia a protestos contra si

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Carlos Macedo/Câmara dos Deputados

Por três vezes nesta semana o presidente Jair Bolsonaro chamou parte dos manifestantes que estiveram em atos recentes contra o governo de “terroristas” – na sexta-feira, usou também os termos “desocupados”, “marginais” e “maconheiros”. Os adjetivos do presidente deram o sinal para que seus apoiadores inflassem o discurso nas redes sociais.

A hashtag #AntifasTERRORISTA aparece em algumas publicações de bolsonaristas de influência nas redes, como o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), e os deputados federais Daniel Silveira (PSL-RJ) e Junio Amaral (PSL-MG), citados no inquérito das fake news conduzido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

 

 

Além deles, todos os outros quatro deputados federais também citados no inquérito compartilharam conteúdo nas redes sociais associando as manifestações de oposição a atos terroristas. Bia Kicis (PSL-DF), por exemplo, compartilhou um vídeo no qual um grupo aparece ateando fogo em um policial. Embora a própria afirme que ocorrido não foi no Brasil, ela escreve que “é tudo igual, em todo o mundo”.

 

Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) escreveu que “Antifa = fascista = TERRORISTA”. Carla Zambelli (PSL-SP), a mais popular nas redes, compartilhou duas ilustrações para comparar nazistas com antifascistas.

 

O deputado Felipe Barros (PSL-PR) publicou um vídeo de um grupo depredando a entrada de um edifício e escreveu: “URGENTE: TERRORISMO EM CURITIBA. O grupelho terrorista antifascista/black blocs estão AGORA provocando uma guerra civil nas ruas de Curitiba”.

O argumento bolsonarista busca, por outro lado, atrelar um caráter pacífico aos atos a favor do governo. Aliados do presidente compartilham imagens que associam pacifismo a esses atos, como a fotografia de uma mulher ao lado de três crianças, todos com as cores e bandeira do Brasil.

 

 

 

O Globo