Combate à extrema-direita une STF e Congresso

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom

Os atritos com Jair Bolsonaro e especialmente com seus apoiadores de extrema direita têm funcionado como banho de loja para o STF na relação com o Congresso, onde os parlamentares também têm sofrido com ataques agressivos.

Se em 2019 os ministros da corte foram alvos dos congressistas, que articularam três pedidos de CPI da Lava Toga, agora eles são vistos como último recurso na briga com grupos antidemocráticos. Senadores dizem que hoje não assinariam pedido de CPI.

“Hoje é o mecanismo de preservação da democracia que nós temos funcionando. Mudou o contexto”, explica o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele foi um dos idealizadores da CPI em 2019, quando dizia que o presidente do STF, Dias Toffoli, tentava intimidar parlamentares com o inquérito das fake news.

O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) argumenta no mesmo sentido. “Hoje, atacar o Supremo é dar força a grupos criminosos que tentam alvejar as instituições democráticas”, afirma.

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES), que entregou requerimentos para abrir a CPI em 2019, não é bem assim. “Não queremos atingir o STF. A ideia é investigar possíveis infrações dos magistrados. É CPI técnica”.

Major Olímpio (PSL-SP) concorda, mas diz que a CPI não tem futuro. “Pularam fora. Está morta. Os ataques ao STF são graves e desmobilizam os senadores. Além disso, tem a turma Tim Maia, só esperando os motivos para ir embora”, afirma.

“Vejo o movimento perdendo força, sim. Até arrisco dizer que não conseguiríamos as 27 assinaturas”, diz o senador Plínio Valério (PSDB-AM). A razão? “Esse Vasco x Flamengo entre Judiciário e Executivo”.

Os pedidos de CPI tinham o objetivo de investigar eventuais irregularidades na atuação dos magistrados e o que chamam de “ativismo judicial”, a interferência do Judiciário nos demais Poderes.

À época, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) era o principal adversário da CPI. Hoje, dizem os parlamentares, é Davi Alcolumbre (DEM-AP) que tenta agradar o STF, já que apresentará à corte uma tese que poderá permitir sua recondução à presidência do Senado.

Folha De S. Paulo