Doria diz não ter pressa de abrir comércio

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Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta segunda-feira (1º) que não pode haver pressa para a retomada das atividades de comércio no processo de reabertura gradual da economia no Estado, batizado de “Plano São Paulo”.

Indagado durante entrevista coletiva sobre a pressão de lojistas de shoppings, que alegam que a reabertura por apenas quatro horas diárias não compensará financeiramente, Doria pediu calma. PUBLICIDADE Promote health. Save lives. Serve the vulnerable.

“Não é razoável ter pressa, porque isso significa risco. Pior do que abrir [o comercio] é fechar”, afirmou.

Na entrevista coletiva, foram anunciados os números oficiais da pandemia no Estado nesta segunda-feira: 111.296 casos e 7.667 óbitos por covid-19.

O governador disse que o Estado vai implantar 50 novos alojamentos para moradores de rua a partir desta terça (2) em 50 municípios e com valor de R$ 500 mil doado pelo governo de São Paulo.

Doria voltou a atacar o presidente da República, Jair Bolsonaro. Indagado se as afirmações que fez com críticas ao fato de Jair Bolsonaro andar a cavalo e sem máscara, ontem, significam o fim da trégua dele com o presidente, Doria respondeu: “Não estou estabelecendo nem final de trégua, nem início de confronto. Quem age e manifesta posições que não são serenas é o presidente”.

“Qual o sentido de um presidente da República desfilar a cavalo em meio a 30 mil mortos por coronavírus?”, perguntou o governador, fazendo referência às fotos do fim de semana nas quais Bolsonaro aparece montado em meio a manifestantes.

“O presidente passeia a cavalo, enquanto a pandemia galopa”, afirmou.

O governador também criticou o fato de o presidente sair sem máscara. “O presidente tem de explicar essas medidas em que vai a cavalo e sem máscara para uma manifestação pública na frente do Palácio do Planalto. Por que sem máscara, por que a cavalo?”, disse Doria. O governador voltou a fazer pronunciamento no início da coletiva com críticas a Bolsonaro. “Não há razão para que movimentos autoritários venham justificar manifestações de rua para apoiar governo autoritário no país”, disse. “O fortalecimento da democracia exige tolerância com opiniões contrárias, mas com serenidade e controle, sem agressões ao patrimônio público e privado”, afirmou.

Pela primeira vez em uma coletiva sobre a pandemia, o governador de São Paulo colocou o secretário da Segurança Publica, general de Exército João Campos, para explicar ações da PM contra manifestantes pró e contra Bolsonaro que ocuparam a avenida Paulista no último fim de semana. Doria disse que, em razão do confronto entre manifestantes, já coordenou com a Prefeitura de São Paulo a proibição de manifestações de grupos antagônicos no mesmo dia e horário na cidade.

“Nem todos foram ontem à Paulista para se manifestar serenamente, houve provocações e agressões mútuas. O sistema de segurança pública de São Paulo não tem lado, o lado é o da ordem, da lei”, afirmou secretário da Segurança Pública. O general disse que a PM paulista “é a melhor polícia Militar do Brasil e está preparada para garantir direitos e manter a segurança das pessoas”.

Doria também convocou o secretário-executivo, Álvaro Camilo, para defender a atuação da PM paulista. “A Polícia de São Paulo foi buscar no mundo as melhores formas de combater crimes e de atuar em manifestações, esteve em Londres, na França, em Israel, nos Estados Unidos. Foram mais de 300 policiais ao exterior, no ano passado, para passar por treinamentos”, justificou Camilo, que é coronel da PM.

Valor Econômico