E a mulher de Queiroz negocia delação premiada

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Foto: Reprodução

Com prisão preventiva decretada desde o dia 18 e considerada foragida, a mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, procurou dois escritórios de advocacia na semana passada para avaliar os prós e os contras de uma eventual delação premiada. Márcia está disposta a revelar o que sabe sobre o esquema de rachadinhas na Assembleia do Rio de Janeiro, segundo apurou o Valor.

O suposto esquema de rachadinhas seria comandando pelo atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), e consistiria no repasse de parte dos vencimentos de servidores lotados no gabinete do parlamentar, deputado estadual por quatro mandatos até ser eleito para o Senado, em 2018.

Um emissário de Márcia, falando também em nome da filha dela com Queiroz, Nathália, foi enviado a dois escritórios de advocacia do Rio de Janeiro.

Márcia está foragida, mas a prisão dela é uma questão de tempo. Queiroz, que cumpre prisão preventiva em Bangu, já sinalizou que ficaria calado desde que seus familiares não fossem presos.

Queiroz assessorou Flávio enquanto o atual senador ocupou mandato de deputado estadual no RJ e seria o operador financeiro do parlamentar, apontam os investigadores. Preso há onze dias durante uma operação articulada pelos Ministérios Públicos de São Paulo e do Rio, ele foi localizado em uma casa em Atibaia (SP). O imóvel pertence ao advogado Frederick Wassef, que atuava como defensor de Flávio até o dia da prisão de Queiroz e que tinha livre acesso ao presidente Jair Bolsonaro.

A delação premiada de Queiroz interessa ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), mas ainda não há negociação aberta para tratativas, segundo afirmou ao Valor uma fonte ligada à investigação. A defesa do ex-assessor da família Bolsonaro não contatou formalmente o MP-RJ.

Preso em Bangu, Queiroz continua sendo investigado pelo MP-RJ, apesar de a decisão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ter garantido foro privilegiado ao filho do presidente.

Valor Econômico