General do governo volta a negar golpe

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Foto: Anderson Riedel/PR / Divulgação

O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, afirmou que não há possibilidade de golpe contra a democracia. Em entrevista à rádio Band, Ramos negou que o presidente Jair Bolsonaro chancele as declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que um “momento de ruptura” não seria uma questão de “se”, mas de “quando”.

— O presidente da República, Jair Bolsonaro, nunca falou em ruptura. Como diz o (Paulo) Guedes, Bolsonaro é reativo, é atacado — afirmou Ramos à Band, alegando que os filhos do presidente têm imunidade parlamentar e “podem falar o que quiserem”.

— Mas não está chancelado pelo presidente — reiterou o ministro da Secretaria de Governo.

O ministro também afirmou que sua geração de militares é “radicalmente” democrática e que falar em ruptura da democracia soa como ofensa às Forças Armadas.

— É ofensivo às Forças Armadas, em particular ao Exército Brasileiro, alguém dizer que vai haver ruptura e que vai haver golpe. Isso é ofensivo, não é aceitável. A minha geração é radicalmente democrática.

Durante a entrevista, o ministro também afirmou não representar o Exército enquanto está como ministro da Secretaria de Governo.

— Estou no governo como um cidadão brasileiro convocado pelo presidente. Eu não tenho tropa, não participo de atividades do Alto Comando do Exército. Não tenho influência, eu tenho é relação de amizade — afirmou — A minha responsabilidade de estar no governo é de não fazer feio, de corresponder à confiança e história que eu tenho no Exército. Agora, eu realmente não estou ali representando as Forças Armadas.

O ministro disse ainda que a história do Brasil está cheia de militares que participaram do governo.

— Mas eu não estou representando as Forças Armadas e não uso farda. Eu estou ali como cidadão e com um peso nas costas de representar não as Forças Armadas, mas a minha história no Exército.

Ramos ainda tentou explicar que as indicações políticas do Centrão são diferentes das indicações que ocorriam em outros governos. Ele usou como exemplo a nomeação de Rogério Marinho, alegando que apesar de político, tem perfil e faz bom trabalho no Ministério de Desenvolvimento Regional.

— Qual é a grande diferença do toma lá dá cá, dos desmandos, da falcatrua que ficou no imaginário do pessoal? É o seguinte: lá atrás, o elemento chegava, um partido, e pedia o cargo tal. Em 48 horas, o cara estava empossado. Então já é uma grande diferença — disse.

— Hoje existe uma indicação e vou dar exemplo de indicação política positiva. No início do governo, eu não estava aqui e é bom o ouvinte saber. Os deputados de Brasília indicaram para o Paulo Guedes lá no CCBB, na transição, o nome do Rogério Marinho, um deputado que não tinha sido reeleito, que fez um trabalho correto, honrado na Reforma Trabalhista, mas pagou o preço. Não foi reeleito, mas é um quadro de exemplo e está fazendo um excelente trabalho. A diferença do passado é que existe sistema de consulta para a nomeação do cargo — completou.

O Globo