Hoteis do DF escondem drogas, prostituição e bolsomínions

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Foto: IGO ESTRELA/METRÓPOLES

Casos recorrentes de prostituição, tráfico de drogas, roubos e furtos passaram a ser registrados com frequência em um apart hotel de luxo no coração da capital da República. Quartos alugados por meio da plataforma Airbnb — uma das maiores do mundo no quesito busca e reservas de acomodações — passaram a ser ocupados por suspeitos no Bonaparte Hotel Résidence. A gerência do empreendimento reconhece os incômodos e diz estudar maneiras para evitar os transtornos.

Moradores denunciam que unidades do prédio passaram a ser usadas por garotas de programa e dependentes químicos. Em outros casos, chegam a abrigar até criminosos procurados pela Justiça.

Residentes do local procuraram o Metrópoles para denunciar o que ocorre no interior dos apartamentos locados. Entre os vários incômodos, afirmam ser comum sentir cheiro de maconha pelos corredores. “Em algumas unidades, dá para perceber grupos que entram e depois saem da unidade a todo instante. São sinais que apontam para um possível tráfico”, disse um dos moradores, que, por medo de represálias, preferiu não se identificar.

Outro proprietário relatou a rotatividade de homens e os gemidos em outros apartamentos, supostamente ocupados por garotas de programa, que aproveitam os preços atrativos do Airbnb para alugar quartos e negociar programas com clientes. “Realmente, é uma situação constrangedora passar horas ouvindo gritos, principalmente durante as madrugadas. Fora isso, tem festa que entra noite adentro”, contou outra residente ouvida pela reportagem.

Há dois meses, a administração do hotel chegou a acompanhar a prisão de um homem. O suspeito foi detido em flagrante dentro das dependências do Bonaparte. Com mandado de prisão em aberto, ele havia alugado um apartamento pelo Airbnb e deixou o edifício na companhia de equipes da Polícia Civil do DF.

A reportagem teve acesso a um vídeo gravado dentro de um dos apartamentos e que mostra como o locatário o encontrou. Restos de comida, acúmulo de lixo, móveis quebrados e banheiros em péssimas condições de higiene são alguns dos problemas encontrados pelo caminho. Em alguns casos, até as lâmpadas são furtadas pelos hóspedes.

Há contantes reclamações de preservativos descartados nas áreas comuns e até fezes no assoalho do banheiro da piscina.

Procurada pelo Metrópoles, a administração do Bonaparte afirmou que o preço muito abaixo das reservas ofertadas por proprietários na plataforma digital fez com que se tornasse comum a ocupação de apartamentos por hóspedes inconvenientes. “Nos preocupamos com as pessoas que passaram a se hospedar por meio do Airbnb devido a repetitivos eventos de desrespeito às normas internas. São hóspedes desconhecidos e de alta rotatividade que passaram a frequentar áreas comuns e provocando constrangimentos aos moradores”, diz a nota enviada pelo condomínio.

A reportagem também entrou em contato com a assessoria de comunicação da Airbnb. Foi perguntado como a plataforma age no caso de pessoas que alugam quartos para cometer crimes e quais são os dispositivos de segurança que a plataforma dispõe para garantir a segurança de quem mora nos prédios onde as unidades são alugadas. No entanto, até o fechamento da matéria, a Airbnb não havia se posicionado. O espaço permanece aberto.

No térreo do Bonaparte funcionava, até a pandemia do novo coronavírus, a boate Alfa Pub (foto em destaque), reduto de homens que buscam sexo rápido e discreto. A direção da casa de show trava uma longa disputa judicial com o Hotel Bonaparte.

A boate é famosa por receber políticos que desembarcam na capital da República. A Alfa Pub também virou notícia quando uma viatura da Polícia Militar foi usada para transportar uma das garotas de programa que trabalhava na casa.

Em fevereiro, câmeras de segurança flagraram o momento em que um homem armado executa o gerente da boate, Anderson Soares da Silva, 37 anos. O suspeito que matou a vítima disparou, ao menos, sete vezes. A maior parte dos tiros foi em direção à cabeça do gerente. O crime ainda permanece sem solução.

Metrópoles