Instituto dos EUA prevê aumento de mortes no Brasil

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Foto: Bruno Kelly/Reuters

O Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde (IHME), da Universidade de Washington, prevê um total de 165.960 mortes ocasionadas pela Covid-19 no Brasil até o dia 4 de agosto. Os novos dados superam a estimativa apresentada no dia 29 de maio pela mesma instituição, quando a projeção para o país era de 125.833 vítimas da Covid-19. Em uma semana, as perspectivas de brasileiros mortos pelo novo coronavírus subiram mais de 40 mil e o Brasil apresenta o pior desempenho da pandemia no mundo, segundo o IHME.

O IHME é uma das principais instituições produtoras de estatísticas em saúde do mundo, onde foram desenvolvidos métodos e modelos para medir o fardo de doenças e avaliar a eficácia de políticas públicas em saúde. “Com base nos mais recentes dados e padrões de doenças, a curva epidêmica do Brasil sugere que as mortes por Covid-19 continuarão aumentando nas próximas semanas ou meses”, diz o Instituto no momento em que o Ministério da Saúde tenta camuflar dados sobre as mortes causadas pela doença.

Na avaliação do IHME, a mudança da projeção de mortes tão grande em apenas uma semana se deve ao fato de que a compreensão e a resposta do mundo à Covid-19 estão evoluindo rapidamente. A equipe de pesquisadores sempre inclui novos fatores que podem contribuir para os números de propagação ou contenção da doença. “Isso resultou em um aumento substancial nas mortes previstas por Covid-19 em determinados locais”, afirma o estudo, incluindo entre os motivos a decisão pela redução do distanciamento social.

“As previsões atuais apontam que o Brasil está entre as piores lugares da epidemia de Covid-19. Os EUA têm o próximo número mais alto de mortes projetadas para a Covid-19 até agosto, com 140.496 mortes cumulativas; no entanto, os EUA têm cerca de 100 milhões a mais de pessoas do que o Brasil. Isso significa que, em relação ao tamanho da população de cada país, a epidemia de Covid-19 no Brasil pode ser a maior e mais letal do mundo”, aponta o IMHE.

Quanto às taxas diárias de mortalidade pela doença, o instituto destaca que alguns estados podem já ter atingido o pico, como Amazonas e Pará. Entretanto, a queda da pandemia ainda é muito gradual nesses locais e as mortes em decorrência da Covid-19 ainda tendem a ser altas nas próximas semanas. “A menos que ocorram ações coordenadas, atualmente se prevê que qualquer local no Brasil aumentará as taxas diárias de mortes por Covid-19 até junho”.

O IHME também avalia o número de leitos hospitalares, incluindo os de UTI. Segundo o Instituto, em 5 de junho, eram projetados 10.692 leitos de UTI para apoiar pacientes com COVID-19 em todo o Brasil. Apesar disso, o país apresenta, segundo o estudo, 4.060 leitos de UTIs disponíveis. “Quase todos os estados provavelmente enfrentam lacunas tão acentuadas de recursos – e podem facilmente experimentar um abismo cada vez maior entre capacidade e necessidade dos pacientes, se as tendências atuais continuarem”.

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