MP-SP investigará deputado estadual por fake news

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Foto: Assembleia Legislativa de São Paulo – 13.mar.2020

O Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil contra o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) e seu chefe de gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Edson Pires Salomão, para apurar o suposto uso de instalações e equipamentos públicos no gabinete do parlamentar para a propagação de fake news.

O inquérito que investiga se houve prática de atos de improbidade administrativa se deu após representação encaminhada pelo deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP). Segundo o inquérito, Salomão teria gravado vídeos e realizado postagens no interior do gabinete do deputado estadual com recursos públicos e durante o horário de expediente. De acordo com o documento, “tais agentes públicos, supostamente líderes de ‘milícia digital’, teriam agido em prol de associação civil, como dirigentes do Movimento Conservador, adotando a estratégia de mobilização de ataques cibernéticos belicosos que violam a ordem democrática”.

Na semana passada, o PSL nacional comunicou à Assembleia Legislativa de São Paulo que Garcia foi suspenso da legenda e que, portanto, precisa ser afastados de qualquer função partidária que exerçam na Casa. O parlamentar também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura a propagação de fake news. Garcia teve computadores do gabinete apreendidos pela Polícia Federal.

Em resposta à CNN, a assessoria do deputado estadual Douglas Garcia nega a participação do parlamentar e de Edson Pires nos fatos narrados pelo deputado federal Junior Bozella. “Edson sempre trabalhou regularmente enquanto chefe de gabinete do deputado Douglas Garcia e exerceu seu direito de livre manifestação e sua liberdade de expressão em postagens realizadas nas redes sociais”, diz a nota, que enviada via assessoria da liderança do partido na Alesp.

A nota afirma ainda que “nenhum computador da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi utilizado para atacar quem quer que seja, muito menos há robôs operados no gabinete parlamentar ou empresas contratadas pelo peputado ou pelo seu mandato para atuar nesse sentido”.

O gabinete do deputado diz que todos os computadores estão à disposição para perícia. De acordo com assessoria do deputado, trata-se de perseguição política daqueles que antes apoiavam o presidente Jair Bolsonaro contra os que permaneceram apoiando.

CNN Brasil