Nos EUA estátua mostrando escravidão será removida de museu

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Foto: Mike Segar/Reuters

O Museu de História Natural de Nova York anunciou que vai retirar a estátua do ex-presidente americano Theodore Roosevelt da entrada principal da instituição, em um momento de intensa campanha nacional contra os monumentos históricos considerados racistas, apesar da oposição de Donald Trump. O museu informou que o prefeito da cidade, Bill de Blasio, aceitou o pedido da instituição em meio às manifestações nacionais contra o racismo e a brutalidade policial após a morte de George Floyd, um homem negro, por um policial branco em 25 de maio em Minneapolis.

“Enquanto nos esforçamos para avançar na busca apaixonada de nossa instituição, nossa cidade e nosso país por justiça racial, acreditamos que a remoção da estátua será um símbolo de progresso e de nosso compromisso para construir e sustentar uma comunidade do museu inclusiva e equitativa e uma sociedade mais aberta”, afirmou Ellen Futter, presidente do museu, em um comunicado.

Trump afirmou ser contra a decisão. “Ridículo, não façam isso”, tuitou o presidente nesta segunda-feira, 22. O republicano critica os protestos antirracismo, dizendo que os manifestantes vêm se comportando mal.

“A turba descontrolada de esquerda está tentando vandalizar nossa história, profanar nossos monumentos – nossos lindos monumentos –, derrubar nossas estátuas e punir, cancelar e perseguir qualquer um que não se sujeite às suas exigências de controle absoluto e total. Não estamos nos sujeitando”, disse ele a apoiadores em um comício na semana passada.

Teddy Roosevelt, que foi presidente dos Estados Unidos de 1901 a 1909, é considerado um dos primeiros conservacionistas e naturalistas americanos. Conhecido por sua postura exuberante e ousada, ele realizou reformas antitruste e conservacionistas e o chamado acordo “Square Deal” e, dizem críticos, adotou uma abordagem intervencionista na política externa, o que incluiu projetar o poder naval de sua nação em todo o mundo.

Mas sua estátua de bronze, que desde a inauguração do museu em 1940 o apresenta poderoso, a cavalo, ao lado de um negro e um indígena a pé a cada lado, simboliza para muitos o colonialismo e a discriminação racial. O rosto de Roosevelt também é um dos de quatro presidentes – ele, George Washington, Thomas Jefferson e Abraham Lincoln – que estão gravados em esculturas de granito de 18 metros de altura no Memorial Nacional do Monte Rushmore, em Dakota do Sul.

O prefeito de Nova York aceitou o pedido para retirar a imponente estátua de Theodore Roosevelt da entrada do museu, localizada no Central Park West, diante do Central Park. “O Museu Americano de História Natural pediu para remover a estátua de Theodore Roosevelt porque apresenta explicitamente negros e indígenas como subjugados e racialmente inferiores. A cidade apoia a solicitação do museu”, afirmou De Blasio. “É a decisão correta e o momento correto para remover esta estátua problemática”, completou o prefeito.

O bisneto de Roosevelt, Theodore Roosevelt IV, administrador do museu, concordou com a decisão. “O mundo não precisa de estátuas, relíquias de outro época, que não refletem os valores da pessoa que desejam homenagear nem os valores de igualdade e justiça”, afirmou no mesmo comunicado.

Manifestantes que protestam contra o racismo nos Estados Unidos atacaram estátuas de várias figuras históricas, incluindo o navegador italiano Cristóvão Colombo, apresentado por séculos como o “descobridor da América”, mas agora considerado por muitos como um dos responsáveis pelo genocídio indígena no continente.

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