Presa, Sara Winter fala fino

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Foto: Reprodução

Em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (15), a ativista de extrema direita Sara Giromini disse que o grupo “300 do Brasil”, da qual é uma das líderes, não teve relação com o protesto que atirou fogos de artifício em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no último sábado (13).

Conhecida como Sara Winter, ela foi presa nesta segunda-feira após determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga a realização de manifestações antidemocráticas.

Segundo a militante, o ato de sábado foi organizado por um grupo chamado “Patriotas”, que tem como líder Renan Sena, que foi preso no domingo (14).

Sara também fez distinção entre os dois grupos. De acordo com o depoimento, o Patriotas “é mais ligado a essa pauta da intervenção militar, aplicação do artigo 142 da Constituição Federal, dentre outros”. Já o “300 do Brasil” seria mais voltado para a “desobediência civil e ações não violentas”.

Sobre os acampamentos na Esplanada, que foram desmontados pelo governo do Distrito Federal no sábado, ela afirmou que havia ainda um terceiro movimento, o QG Rural/Agro, e que “cada grupo tem suas pautas, bandeiras e modos de atuação”.

Sara admitiu que os “300 do Brasil” apoiam o presidente, mas disse que eles não recebem “nenhum apoio financeiro ou de outra espécie do governo”. Também disse que o movimento não tem nenhum tipo de apoio de partidos políticos e que não há assessor parlamentar no grupo.

Ela, no entanto, reconheceu que o grupo foi responsável por organizar um protesto há algumas semanas com tochas em frente ao prédio do STF. O ato lembrou os da seita racista americana Ku Klux Klan, mas, segundo a ativista, teve inspiração na Bíblia. Ela disse ainda que foi um protesto “pacífico, sem depredação do patrimônio público, com Corpo de Bombeiros e extintores”.

Questionada sobre o vídeo no qual xingou Moraes, após ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão no inquérito das “fake news”, a militante evocou o direito de ficar em silêncio. Na gravação, ela diz querer “trocar socos” com o ministro e afirma que ele “nunca mais vai ter paz na vida”.

A defesa da ativista também pediu para que ela não fosse transferida para a Colmeia, penitenciária feminina do Distrito Federal, porque corria risco de morte já que é uma “defensora da polícia e inimiga do crime organizado”.

Valor Econômico