Programa social de Bolsonaro sai em outubro

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

O presidente Jair Bolsonaro planeja criar o Renda Brasil, novo programa social que substituiria o Bolsa Família, a partir de outubro. A ideia é que o Renda Brasil comece a ser pago quando terminarem as parcelas do auxílio emergencial, criado para ajudar trabalhadores afetados economicamente pela pandemia do coronavírus.

O valor do novo benefício pode variar entre R$ 250 e R$ 300 por mês e seria pago aos atuais beneficiários do Bolsa Família e também aos que estão recebendo o auxílio emergencial e são considerados “desassistidos e desamparados”.

Bolsonaro discute a criação do Renda Brasil com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro já havia antecipado a intenção do governo de lançar o novo programa social, que seria a marca da gestão Bolsonaro na área social. O Bolsa Família foi criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Bolsonaro analisa chamar os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para avaliar não só o lançamento do novo programa social como a forma como se daria a extensão do pagamento do auxílio emergencial, que, na versão atual, termina neste mês.

Como antecipou o blog da Cristiana Lôbo, a nova proposta em discussão dentro do governo é prorrogar o pagamento do auxílio emergencial por três meses, e não mais dois meses.

A equipe econômica chegou a defender mais duas parcelas de R$ 300, mas o presidente prefere que o auxílio emergencial seja prorrogado por mais três parcelas, que seriam pagas em julho, agosto e setembro. O valor seria decrescente, de R$ 500 em julho, R$ 400 em agosto e, por fim, de R$ 300 em setembro.

Um assessor do presidente disse que ele e Guedes avaliam que não dá para pagar por mais meses o valor de R$ 600, mas é preciso fazer um “pouso gradual no pagamento do auxílio emergencial”, para que ele seja finalizado já com o Renda Brasil em vigor. A ideia é manter a rede de proteção social no país.

Encerrado o pagamento do auxílio emergencial, o presidente pretende que no mês seguinte, em outubro, já entre o Renda Brasil. A concretização dos planos de Bolsonaro depende, porém, das discussões com o Congresso sobre as fontes de recursos para o novo programa social.

O Bolsa Família custa anualmente cerca de R$ 30 bilhões e é pago a 27 milhões de pessoas. Já o auxílio emergencial custa R$ 50 bilhões por mês e está sendo pago a mais de 50 milhões de pessoas, incluindo quem ganha o Bolsa Família.

A equipe de Guedes está analisando o cadastro do auxílio emergencial para separar, entre os mais de 30 milhões de invisíveis, aqueles que são empreendedores e, passada a crise do coronavírus, voltarão a ter uma renda mensal suficiente para seu sustento, daquele grupo a ser classificado com “desamparado”.

Além da importância de garantir renda para o segmento da população que perdeu renda por causa da política de isolamento social, o auxílio emergencial rendeu também dividendos políticos para o presidente Bolsonaro. Uma parcela da população que não o apoiava e passou a receber o benefício agora faz uma boa avaliação do atual governo.

G1