Promotoria faz buscas por mulher de Queiroz em MG

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Foto: Reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais a Polícia Militar do Estado, em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, desencadearam na manhã desta terça, 23, a segunda Etapa da Operação Anjo para cumprir quatro mandados de busca e apreensão no âmbito das investigações sobre ‘rachadinhas’ no gabinete do senador Flávio Bolsonaro à época em que era deputado estadual no Rio. Segundo a Promotoria, a ação tem como objetivo localizar Márcia Oliveira de Aguiar, mulher do ex-assessor parlamentar do filho ’01’ do presidente, Fabrício Queiroz. Ao menos parte dos mandados é cumprida em Belo Horizonte.

Segundo informações do Ministério Público de Minas Gerais, os quatro mandados são cumpridos em endereços na capital. A Policia Militar, no entanto, diz que os quatro mandados são cumpridos ‘em território mineiro’.

Márcia é considerada foragida desde quinta, 18, quando foi deflagrada a primeira etapa da Anjo. A ofensiva do MP-RJ nas apurações sobre as ‘rachadinhas’ prendeu Queiroz em Atibaia, em imóvel de Frederick Wassef, que se autointitula advogado e amigo da família Bolsonaro. Segundo os investigadores, Queiroz levava uma ‘vida confortável e ativa’ no imóvel de Wassef, que deixou a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas no domingo, 21.

 

As ordens de prisão preventiva de Queiroz e sua mulher foram expedidas pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio. Na representação enviada à Justiça para a deflagração da ‘Anjo’, os investigadores apontaram que a prisão preventiva era a única medida cautelar que impediria o ex-assessor de Flávio Bolsonaro e sua mulher ‘de fugirem da Justiça ou de destruir provas, pressionar testemunhas e coinvestigados, na tentativa de obstaculizar o prosseguimento regular da investigação e da futura ação pena’.

Com relação à Márcia, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau considerou que ela teve ‘participação fundamental’ nas manobras para embaraçar as investigações das ‘rachadinhas’, que apuram crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo Nicolau, era ‘inequívoco’ que a mulher de Queiroz, em liberdade, poderia obstaculizar a apuração dos fatos, além de agir sob as ordens de seu marido. Em sua decisão, o juiz escreveu que assim como o ex-assessor parlamentar do filho ’01’ do presidente Jair Bolsonaro, Márcia também estava se escondendo, recebendo auxílio de terceiro e ainda cogitava fugir caso tivesse ciência de que foi decretada sua prisão preventiva.

Foi a partir de Márcia que os investigadores chegaram ao esconderijo do operador financeiro da organização criminosa liderada por Flávio Bolsonaro – mais precisamente a partir do o celular da ex-servidora da Alerj. O aparelho foi apreendido em dezembro do ano passado, na primeira ofensiva do MP-RJ no âmbito das investigações de rachadinha. Na ocasião, foram realizadas 24 buscas.

Do aparelho, os investigadores extraíram mensagens trocadas entre Queiroz e Márcia em novembro de 2019. Os diálogos mostraram que o casal estaria obedecendo às instruções de alguém referido apenas como ‘Anjo’, que por sua vez manifestou a intenção de esconder toda a família do de Queiroz em São Paulo. Os textos mostram que Márcia inicialmente considerou a ideia ‘exagerada’, mas depois ‘aceitou fugir’ caso ela e Queiroz ‘tivessem a prisão decretada’.

Estadão