Queiroz já está preso no Rio

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Foto: Reprodução

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro preso no início da manhã desta quinta-feira (18), chegou à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, por volta das 13h. Lá existe uma central de audiência e de custódia.

Queiroz estava em Atibaia, no interior paulista, e veio de São Paulo para o Rio em um helicóptero. Ele seria transferido ainda esta quinta para o Complexo Penitenciário de Gericinó, de segurança máxima.

O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, em um desdobramento da investigação que apura um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Também foi determinada a prisão da mulher de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar. Até a última atualização desta reportagem, ela ainda não havia sido encontrada e era considerada foragida.

A aeronave com o preso pousou no Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste, às 12h08.

Seis minutos depois, ao desembarcar, Queiroz recebeu voz de prisão de uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Um comboio do MPRJ que o aguardava deixou o terminal às 12h19, em direção ao Instituto Médico-Legal.

Queiroz chegou ao IML, na Zona Portuária, às 12h40, para novo exame de corpo de delito. Dezoito minutos depois, o comboio partiu para Benfica.

Às 13h05, Queiroz entrou na Cadeia Pública — onde seria interrogado.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu a prisão de Fabrício Queiroz por ter encontrado indícios de que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro continuava cometendo crimes.

A TV Globo apurou que o MP considerou ter reunido três condições para pedir a prisão de Queiroz: continuava delinquindo, estava fugindo e vinha interferindo nas provas.

O ex-assessor estaria coordenando ações entre ex-servidores do gabinete de Flávio para ocultar a condição dos funcionários fantasmas que eram contratados pelo então deputado estadual e, muitas vezes, escolhidas por Queiroz.

Os investigadores encontraram indícios de que Queiroz vinha tentando acessar esses ex-servidores para apagar os registros dessas irregularidades.

Nesse acordo, segundo apurou a TV Globo, esses funcionários não trabalhavam; recebiam apenas uma parte do salário, e o restante era desviado no esquema da rachadinha.

Os investigadores encontraram indícios de que Queiroz vinha tentando acessar esses ex-servidores para apagar os registros dessas irregularidades.

Em Brasília, nesta manhã, o presidente deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial, em um comboio em alta velocidade, e não parou para falar com apoiadores, como costuma fazer rotineiramente.

Flávio emitiu uma nota nas redes sociais em que afirma tratar-se de um “ataque” ao pai

Queiroz estava em um imóvel de Frederick Wasseff, advogado da família Bolsonaro, aonde a força-tarefa chegou por volta das 6h30.

Segundo um delegado que participou da operação, foi preciso arrombar o portão e a porta da casa onde Queiroz estava. Ele não resistiu e só disse que “estava muito doente”.

O ex-assessor foi levado para unidade da Polícia Civil no Centro da capital paulista. Ele passou pelo Instituto Médico-Legal e foi levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

De lá, foi de comboio ao Campo de Marte, onde embarcou às 10h10 no helicóptero rumo ao Rio.

Os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Queiroz foram expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.

Policial Militar aposentado, Queiroz trabalhou para Flávio Bolsonaro na época em que o filho mais velho de Jair era deputado estadual no Rio. Queiroz foi assessor e motorista de Flávio até outubro de 2018, quando foi exonerado.

No final de maio, ao rebater acusações feitas pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, durante transmissão na internet, Flávio Bolsonaro elogiou Queiroz e o chamou de “cara correto” e “trabalhador”.

O advogado de Flávio Bolsonaro dono do imóvel de Atibaia onde Queiroz estava ao ser preso, Frederick Wasseff, é o mesmo que fez a defesa do presidente no caso da facada que Bolsonaro sofreu de Adélio Bispo em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral para a presidência da República, em 2018.

Wassef participou nesta quarta-feira (17) da cerimônia em que o presidente Jair Bolsonaro deu posse ao novo ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Em setembro de 2019, quando não se sabia o paradeiro de Fabrício Queiroz, Wasseff disse ao programa Em Foco não saber onde estava o ex-assessor, e afirmou que não é advogado dele.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse nesta quinta-feira (18) que encara com “tranquilidade” a prisão do seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Disse ainda que a prisão é uma tentativa de “atacar” o presidente Jair Bolsonaro, seu pai.

“Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!”, escreveu o senador no Twitter.

G1