Queiroz pagou escola das filhas de Flavio Bolsonaro

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Foto: Reprodução

O Ministério Público Rio de Janeiro afirma que o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz custeou despesas pessoais do chefe e então deputado na Assembleia Legislativa do Rio, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O ex-policial militar é tido pelos promotores como uma espécie de operador financeiro do ‘filho 01’ do presidente.

De acordo com as investigações, Queiroz transferia parte dos recursos para o ‘patrimônio familiar’ de Flávio através de depósitos fracionados e do pagamento de despesas pessoais do ex-deputado e de sua família.

Os investigadores detectaram pelo menos 116 boletos bancários referentes ao custeio do plano de saúde e das mensalidades escolares das filhas de Flávio e da esposa, Fernanda Bolsonaro, com dinheiro em espécie ‘não proveniente’ das contas do casal. Para os promotores, as despesas no valor total de R$162 mil podem ter sido quitadas por Queiroz.

Um vídeo obtido na investigação mostra o ex-assessor fazendo pagamentos no caixa de um banco. Cruzando horário, data, valores e movimentações bancárias, os promotores chegaram à conclusão de que ele foi o responsável por quitar as mensalidades escolares de outubro de 2018 das filhas de Flávio.

Fabrício Queiroz foi preso, na manhã desta quinta-feira, 18, em uma casa em Atibaia, no interior de São Paulo, que pertence ao advogado de Flávio, Frederick Wassef.

Policial militar da reserva, Queiroz é suspeito de operar um esquema de desvio de salários, a chamada ‘rachadinha’, no gabinete de Flávio durante seu mandato como deputado estadual no Rio de Janeiro. O ex-assessor foi o pivô que arrastou o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro para o centro de uma investigação criminal quando, em dezembro de 2018, foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira ‘atípica’. O dinheiro teria sido lavado por meio da compra e da venda de ao menos 19 imóveis no Rio.

O Ministério Público fluminense também desconfia de suposto envolvimento do ex-assessor com milicianos do Rio de Janeiro, incluindo o capitão Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro e apontado como líder do chamado ‘Escritório do Crime’.

No caso da rachadinha, Adriano está ligado a Flávio por meio da mãe, Raimunda Veras Magalhães, e da ex-mulher, Danielle da Nóbrega. As duas também eram funcionárias do gabinete do então deputado.

Já Queiroz teria ‘influência’ sobre grupos paramilitares do Estado. Em mensagens trocadas com mulher, Márcia Aguiar, o ex-assessor parlamentar se compromete a ‘interceder pessoalmente’ junto a milicianos em favor de um homem que pede sua ajuda após receber ameaças no Itanhangá, zona oeste carioca.

Os investigadores também tiveram acesso a um áudio no qual Queiroz afirma que poderia intermediar o contato com a ‘cúpula de cima’.

Estadão