Sara Winter continuará presa

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Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou por cinco dias a prisão temporária da extremista de direita Sara Giromini e mais quatro integrantes do grupo ‘300 do Brasil’. A continuidade das detenções foi um pedido da Polícia Federal porque ainda está sendo feita a análise dos materiais apreendidos junto ao grupo.

A líder do grupo bolsonarista – que já foi classificado pelo Ministério Público do Distrito Federal como ‘milícia armada’ – foi detida pela Polícia Federal na segunda-feira, 15, no âmbito do inquérito sobre a organização e financiamento de atos antidemocráticos. Outros quatro investigados foram presos nos dias seguintes, e um sexto nome ainda está foragido.

Segundo o Estadão apurou, a avaliação da PF foi que, enquanto os dados apreendidos ainda estão sendo examinados, a soltura não é recomendável, considerando que os investigados estavam promovendo constrangimento às instituições. Além disso, ainda podem ser necessários novos depoimentos.

A decisão de Alexandre, dada após pedido do vice- procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, também permite que os investigados fiquem presos em locais reservados a réus que podem sofrer retaliação.

A defesa de Sara Giromini alegou que a extremista vem recebendo ameaças de mortes. No momento, está detida na penitenciária feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.

Os pedidos de prisão de Sara e de outros líderes do ‘300 do Brasil foram feitos pelo vice-procurador-geral da República Procuradoria-Geral da República Humberto Jacques de Medeiros e enviados ao gabinete de Alexandre na sexta feira, 12.

Segundo a PGR, há indícios ‘de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional’. O objetivo das prisões temporárias ‘é ouvir os investigados e reunir informações de como funciona o esquema criminoso’, diz o Ministério Público Federal.

Sara Giromini chegou a entrar com habeas corpus no STF, mas a ministra Carmen Lúcia rejeitou o pedido nesta quinta, 18.

No dia seguinte a sua detenção, 16, Sara foi denunciada pelo Ministério Público Federal pelos crimes de injúria e ameaça, ‘praticados de forma continuada’, contra Alexandre de Moraes. Ela, que foi alvo de buscas no inquérito das fake news, xingou e fez uma série de ameaças contra o ministro, chamando-o para ‘trocar socos’. Além disso, prometeu perseguir e ‘infernizar’ a vida do ministro, responsável por determinar a ação da PF.

 

Após a sua prisão, Sara prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda, 15. Na ocasião, ela se recusou a responder o objetivo dos ‘300 pelo Brasil’, mas disse que o grupo é voltado a ‘desobediência civil e ações não violentas’.

A militante bolsonarista de extrema-direita também se recusou a responder o motivo que a levou a gravar o vídeo com ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Aos investigadores, Sara confirmou ser apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, mas disse que não recebe apoio financeiro ou de qualquer espécie do governo federal. Ela afirmou ainda que não há participação de assessores parlamentares ou cabos eleitorais no grupo.

A extremista ainda negou ter participado do ataque com fogos contra o prédio do Supremo, no último sábado, e deu outra versão para o protesto que foi comparado aos atos da Ku Klux Klan, dizendo que o ato foi baseado em uma passagem bíblica.

Estadão