Site de doações bloqueia R$ 71 mil de bolsonaristas

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Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Sob pressão das redes sociais e de inquéritos abertos para investigar o financiamento das manifestações antidemocráticas, o site Vakinha decidiu barrar o acesso do grupo “300 do Brasil” aos R$ 71 mil arrecadados em doações a ele por meio da plataforma. O site escolhido pelo grupo para angariar fundos diz que, orientado pela sua assessoria jurídica, decidiu encerrar a campanha e devolver o dinheiro aos doadores, cujos dados estarão “disponíveis para as autoridades”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga quem foram os responsáveis pelos repasses, como o GLOBO revelou na segunda-feira. É uma das estratégias para descobrir o rastro do dinheiro que financia manifestações antidemocráticas favoráveis ao fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Vakinha, um dos principais sites de financiamento coletivo do Brasil, foi a plataforma escolhida pelo “300”, grupo liderado pela extremista Sara Giromini, para sua campanha de arrecadação de recursos. O projeto foi alvo de críticas, mas a Vakinha informou, inicialmente, que a campanha não desrespeitava os seus termos. Dias depois, no entanto, afirmou que a área jurídica recomendou a retirada da campanha do ar.

“Ainda sobre o caso dos 300 do Brasil, nosso jurídico concluiu uma nova análise, facilitada pelos eventos recentes, e recomendou a retirada da vaquinha. Como sempre informamos, procedemos em concordância com nosso jurídico e com toda a responsabilidade necessária”, disse a Vakinha em publicação no dia 27 de maio.

Na época, contudo, o site não informou o que seria feito com o dinheiro que havia sido arrecadado antes da suspensão — cerca de R$ 71 mil, segundo relatou à PGR uma jornalista que se infiltrou no grupo. Questionada pelo GLOBO, a Vakinha respondeu nesta quarta-feira que os recursos foram devolvidos às pessoas que fizeram as contribuições. A plataforma afirmou que os dados dos doadores são sigilosos, mas que podem ser apresentados às autoridades.

“Sobre a campanha organizada pelo movimento 300 do Brasil, o site informa que os valores disponíveis na plataforma, no momento em que foi retirada do ar, foram devolvidos aos que fizeram as contribuições. A plataforma não divulga as informações de valores e dados de usuários publicamente, devido a nossa política de privacidade. Porém, o Vakinha reitera que essas informações estarão disponíveis para as autoridades competentes, como sempre foi feito”, disse o site, em nota.

No texto, o site também afirmou que “que as campanhas de arrecadação são criadas única e exclusivamente pelos usuários da plataforma e que apenas oferece a tecnologia para facilitar qualquer doação online”.

O Globo