Suécia investigará falhas na pandemia

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Foto: M. Thore

O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, anunciou nesta segunda-feira (01/06) que o país iniciará um inquérito, antes de meados do ano, sobre a resposta do governo à covid-19.

A decisão ocorre em meio a crescentes críticas de partidos da oposição, tanto do campo da direita quanto da esquerda na Suécia. Os dois maiores partidos oposicionistas da Suécia ‒ o conservador Partido Moderado e os populistas Democratas da Suécia ‒ pediram na sexta-feira a criação de uma comissão independente, antes do meio do ano, para investigar a resposta do país à pandemia.

Löfven havia dito anteriormente que uma comissão especial seria nomeada assim que a pandemia terminasse, mas ele e seu Partido Social-Democrata ‒ que governam em coalizão com os verdes ‒ enfrentaram crescente pressão para agir mais cedo. “Precisamos adotar uma abordagem abrangente para ver como isso [a resposta] funcionou nos níveis nacional, regional e local”, disse Löfven ao diário sueco Aftonbladet. “Tomaremos uma decisão sobre uma comissão antes do meio do ano”, acrescentou.

Alta mortalidade em lares de idosos

Desde o começo, a Suécia adotou uma estratégia mais suave que a maioria dos países europeus, com muitas recomendações genéricas destacando a responsabilidade individual para proteger os grupos de risco, enquanto restrições à vida pública eram introduzidas.

Colégios e universidades foram fechados, mas creches e restaurantes continuaram abertos. Também foram proibidas visitas a lares de idosos e encontros com mais de 50 pessoas.

Embora a taxa de mortalidade ao longo da epidemia de coronavírus tenha sido menor do que em alguns países que impuseram medidas mais rigorosas para conter o vírus, a Suécia teve o maior número de mortes relacionadas à covid-19 na Europa, em relação ao tamanho da população, durante parte do mês de maio.

O país registrou até o momento 37.814 casos de covid-19 e 4.403 mortes, com uma taxa de 41,9 mortes por 100 mil habitantes, muito superior às dos demais vizinhos nórdicos, mas abaixo dos países mais afetados, como Bélgica, Espanha, Reino Unido e Itália, segundo dados coletados pela universidade americana Johns Hopkins.

A alta mortalidade rendeu críticas à estratégia sueca, principalmente fora do país, mas as autoridades mantiveram o plano, embora tenham admitido o fracasso na proteção de idosos, mais de dois terços do total de mortos.

Além disso, a testagem para coronavírus na Suécia foi significativamente menor do que em outros países escandinavos ‒ atingindo apenas um terço da meta governamental de 100 mil testes por semana.

A comissão também deve avaliar a resposta econômica da Suécia à crise.

DW