Volta das aulas em setembro depende do estágio da pandemia

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Foto: Reprodução

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta (24) que espera retomar as aulas presenciais no estado, com rodízio entre os estudantes, no próximo dia 8 de setembro. A condição para isso, contudo, é que todo o estado esteja durante pelo menos 28 dias (quatro semanas) na fase amarela do plano de reabertura da economia paulista.

No momento, nenhuma região de São Paulo está nessa fase, que prevê flexibilização com abertura controlada de comércio e serviços a 40% da capacidade, além de bares e salões de beleza. Todas estão na fase vermelha (alerta máximo, sem abertura) ou laranja (controle, com abertura de comércio e serviços a 20% da capacidade). As outras fases são a verde (abertura parcial, a 60%) e azul (normalidade controlada).

Segundo o governador João Doria, (PSDB), o plano de volta às aulas engloba de creches a universidades, da rede estadual e municipal, e também serve como recomendação às entidades privadas. O plano completo e as condições de retomada, se atingidas ou não, serão anunciados apenas no dia 4 de setembro, informou o governo em entrevista coletiva.

A proposta de volta às aulas presenciais prevê ainda que haverá uma combinação de aulas presenciais e a distância. Desde abril, o governo do estado tem feito aulas remotas para os estudantes da rede estadual —parte dessas atividades continuará sendo feita com o uso de tecnologia no segundo semestre. Muitos alunos, porém, não tem participado das atividades.

O governo afirmou ainda que trabalha num projeto chamado “4º ano”, que cria um novo ano letivo para os estudantes do último ciclo do ensino médio que desejem complementar a experiência escolar, mas não deu novos detalhes. Esse ano adicional não será obrigatório.

Na primeira etapa da retomada das aulas, as atividades voltam com 35% dos estudantes em sala. Depois, numa segunda fase, serão 70%, até chegar a 100% na terceira. Os protocolos englobam distanciamento entre os alunos, monitoramento das condições de saúde e protocolos de higienização dos ambientes escolares.

Além disso, atividades como feiras, congressos e festas ficam suspensa por tempo indeterminado.

Como condição para o início das aulas com 35% dos alunos, o governo do estado estabeleceu que o município deverá estar na fase 3 de flexibilização da quarentena. Para avançar para 75% de alunos presenciais, apenas quando as cidades estiverem na fase 4.

Os municípios e escolas particulares terão liberdade para definir como será a volta de 35% dos alunos, por exemplo, se voltam apenas com alunos da educação infantil ou só com os estudantes do último ano do ensino médio ou alternando os dias entre as turmas.

O modelo de retomada gradual nas escolas estaduais será definido em julho.

A suspensão das aulas presenciais, iniciada em março por causa da pandemia do novo coronavírus, atingiu 13,3 milhões de estudantes e 1 milhão de profissionais da educação – o que representa 32% da população do estado, disse o secretário da Educação do estado, Rossieli Soares, que participou da entrevista por videoconferência —ele se recupera da Covid-19, após passar 15 dias internado e ter alta no último dia 17.

“Desde que se preserve algo que é uma regra de ouro, o distanciamento de 1,5 metros, [o ensino presencial] poderá voltar na primeira etapa até 35%. É um percentual em que conseguimos cumprir os protocolos, conseguimos fazer um atendimento educacional importante e também processos pedagógicos de preparação”, explicou Soares.
O secretário de Educação afirmou que levará até três anos para recuperar a defasagem na aprendizagem durante o período de suspensão das aulas em São Paulo.

“No surto de H1N1, as aulas ficaram paradas por 15 dias e isso teve um impacto significativo no aprendizado dos alunos, com queda de 4 pontos nas avaliações. Por isso, o nosso planejamento de recuperação agora vai até o fim de 2022”, disse.

A educação complementar terá regras específicas, segundo ele, de acordo com o Plano SP de afrouxamento da quarentena em São Paulo.

Segundo o governo, não haverá retorno localizado no caso da educação, uma vez que o setor causa grande deslocamento de pessoas entre as diferentes regiões do estado.

Para a segunda fase do retorno, 60% das regiões precisam estar na etapa verde da flexibilização da quarentena por mais de 14 dias e, para a última etapa da retomada, 80% das regiões precisam se estar nessa situação. A fase verde é a penúltima da escala.

“Se uma região porventura regredir […], nós vamos tratar a exceção naquela região, mantendo o estado aberto”, afirmou Soares.

Segundo as diretrizes do governo, serão proibidas feiras, palestras, seminários, competições, campeonatos esportivos, comemorações ou assembleias.

Será obrigatório o uso de máscaras, que serão distribuídas pelo governo, tanto dentro do estabelecimento de ensino, mas também nas vans escolares. Não será permitido o uso dos bebedouros compartilhados, e serão disponibilizado canecas e garrafas para estudantes e funcionários.

Evidentemente, quem apresentar sintomas, será afastado das atividades.

O decreto definitivo sobre a volta às aulas no estado de São Paulo será publicado no dia 2 de julho, afirmou Soares.

As regras de retomada das aulas presenciais também são válidas para o ensino superior público e privado. No entanto, USP, Unesp e Unicamp, as três principais universidades do estado, já informaram que só devem retomar as atividades presenciais para aulas práticas e alunos concluintes.

Folha