Adversários de Bolsonaro ainda não entraram em campo

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Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Não há surpresa nem excepcionalidade no fato de Jair Bolsonaro liderar a pesquisa de intenção de votos para 2022, feita pelo instituto Paraná Pesquisas e publicada por VEJA na edição que começa a circular nesta sexta, 24.

Primeiro porque o índice de apoio registrado à reeleição de Bolsonaro é o mesmo dos cerca de 30% da população que o considera um ótimo/bom presidente, sejam quais forem os pesares. Em segundo lugar, por enquanto ele está jogando sozinho nesse campo e com toda visibilidade inerente ao cargo.

Portanto, pode até estar forte, mas daí a considerarmos sua candidatura inabalável são outros quinhentos a serem submetidos ao crivo do tempo, dos acontecimentos e da capacidade competitiva dos oponentes. Nenhum dos apontados na pesquisa, Lula, Sergio Moro, Ciro Gomes, Luciano Huck, João Amoedo e Fernando Haddad tem um milionésimo das atividades e da publicidade garantidas ao presidente.

Uma surpresa é o baixo desempenho (não chega a 4%) de João Doria, cujo posto e a atuação à frente do governo de São Paulo na administração da crise sanitária teriam, em tese, lhe dado condições de aparecer mais bem posicionado. Agora, é preciso ver que Doria ainda não está posto como candidato nem fala nessa condição ao público.

O problema de se tomar como fator decisivo a premissa “se as eleições fossem hoje…” é que as eleições acontecem só daqui a mais de dois anos. Nesse período anterior à eleição de 2018, o ex-presidente Lula também figurava nas pesquisas como imbatível e Bolsonaro era apenas um deputado folclórico do baixo clero acometido (ainda de maneira incipiente) do que pareciam ser delírios presidenciais.

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