Advogados de Sara também são extremistas de direita

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

Um dos cinco advogados de Sara Winter, líder do grupo 300 do Brasil, Paul Karsten Farias também é coordenador do movimento conservador Pro Armas, em favor do armamento no Brasil. O jurista é um dos novos integrantes da defesa da bolsonarista, além de atuar nos casos de Daniel Miguel, conhecido como “Daniel ativista”, preso pela Polícia Federal (PF) no inquérito contra atos antidemocráticos, e Renan Sena, também detido por ter ameaçado o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Antes de se juntar ao grupo de defensores, Paul já era amigo de Winter e também tinha relações com outros membros do 300, apesar de não ser filiado ao grupo. No DF, ele é o responsável pelas articulações dos armamentistas.

“Uma das minhas especialidades é a legislação e o controle de armas. A luta [do movimento pelas armas] é para que as pessoas tenham mais liberdade, que a política não venha influenciar na legislação de armas, que seja um reflexo de direitos e obrigações do cidadão. É uma luta pela liberdade”, sustentou o advogado ao Metrópoles.

Ele foi um dos responsáveis pelo Projeto de Lei 704/2015, de autoria do deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), que inseria nos direitos dos advogados o porte de arma de fogo para defesa pessoal. Protocolado na Câmara dos Deputados no dia 12 de março de 2015, a medida foi arquivada no dia 31 de janeiro do ano passado, após quatro anos em debate na casa. Na rede social do defensor, a foto de perfil vem com o símbolo do movimento, além de fotos compartilhadas da página do Pro Armas.

 

 

Ver essa foto no Instagram

 

Estamos à beira de um golpe fatal contra a democracia. Algumas instituições estão tramando contra as suas liberdades e instalando uma ditadura, em nome de retirar o Presidente eleito pelo povo e entregar o poder ao stablishment. Estão rasgando a Constituição Federal, que limita os poderes do Estado para não agir contra o povo, fazendo o que querem. Estão ditando o que consideram certo ou errado por seus próprios interesses. Pessoas já tiveram suas liberdades violadas e suas casas invadidas, sob a mira de armas, a mando de ministros do STF, por terem se manifestado contra membros dessa corte, ou criticado autoridades. ISSO É TIRANIA. A DITADURA DO JUDICIÁRIO É A PIOR DE TODAS, POIS DELA NÃO HÁ CONTRA QUEM RECORRER (já dizia Rui Barbosa). LUTE PELAS SUAS LIBERDADES, defenda e apoie o presidente. @pro_armas @jairmessiasbolsonaro @bolsonarosp @paulkarstenfarias @tercalivre

Uma publicação compartilhada por Paul Karsten Farias (@paulkarstenfarias) em

Também colecionador de armas de caça, Paul e os demais integrantes do grupo organizam uma manifestação para 9 de julho em frente à Catedral. No site do movimento, há uma ficha de inscrição aos interessados em participar do protesto, além da venda de camisetas com a estampa do grupo, no valor de R$ 60.

Também na página do movimento estão disponíveis modelos de três documentos jurídicos para entrar com recursos contra indeferimentos de processos armamentistas, tais como a cartilha de porte dos atiradores, um mandado de segurança e um recurso administrativo. Há também um modelo de ação de indenização contra danos morais acessível aos internautas. Além de Karsten, o presidente do grupo, Marcos Pollon, também é advogado, além de presidente do Instituto Conservador.

Ainda na internet, o grupo alega que as ações organizadas são para “recuperar o direito que nos foi roubado” de “liberdade da posse de arma”. Em uma das abas, a conta do chefe do grupo está disponível com o pedido de doações aos armamentistas.

“Agora, se além disso, você não se conforma em ser tratado com escravo, não pretende viver como ovelha, ou ainda, como um pato esperando na cerca o próximo disparo de um criminoso que não se sujeita a ‘estatutos do desarmamento’, junte-se a nós para mudar esta realidade, acesse www.proarmas.com e se torne um dos ‘300 Espartanos“na luta Pró Armas’, descreve a página do movimento.

Já nas regras de conduta, os coordenadores afirmam utilizar grupos privados de WhatsApp para fins de mobilização pró-armamento civil. “Não se tratam de grupos de discussão, seja política ou assuntos gerais”, completa a descrição. Entre as regras de conduta, estão: não silenciar a comunidade, pois “algumas ações precisam ser atendidas com rapidez”; não enviar vídeos e imagens; a proibição da comercialização de produtos; e a determinação de que perguntas sobre armamento civil devem ser endereçadas aos administradores no privado.

“Serão removidos os que não seguirem as regras acima ou incitarem violência, discurso de ódio, intervencionismo ou atos ilegais, sem aviso prévio”, esclarece, uma das regras.

Metrópoles