Bolsonaro deu mais entrevistas à Band desde a posse

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro concedeu 101 entrevistas exclusivas desde que assumiu o Planalto, em 1º de janeiro de 2019. Apesar de ser crítico à imprensa, falou a 50 veículos de comunicação e 7 canais no YouTube. No total, 81 pessoas tiveram a oportunidade de entrevistá-lo com exclusividade.

A TV é o canal de comunicação predileto do presidente. Foram 64 entrevistas a programas e telejornais do Brasil e de outros países. Em seguida, o presidente falou mais a emissoras de rádios: 18 vezes durante 1 ano e meio de governo.

Os dados são de levantamento produzido pelo Poder360 com base na agenda do presidente e divulgações das entrevistas na mídia.

A Band é a emissora favorita de Bolsonaro. Teve a oportunidade de entrevistar exclusivamente o presidente 18 vezes. Destas, 8 foram no 1º semestre de 2020. Até 2019, a Record era a emissora que mais havia tido acesso ao chefe do Executivo, com 14 entrevistas. Em 2020, a empresa do bispo Edir Macedo teve só mais 3 oportunidades de entrevistar Bolsonaro.

Entre os jornalistas, José Luiz Datena, apresentador do programa Brasil Urgente, da TV Band, foi quem mais entrevistou Bolsonaro até agora: 10 vezes. Thiago Nolasco, da TV Record, aparece atrás, com 7 entrevistas.

Em 22 de maio, Datena disse que não iria mais entrevistar o presidente depois de Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ter dito na reunião ministerial de 22 de abril que a Band “queria dinheiro” do governo e de Bolsonaro ter proferido palavrões durante a ocasião. “De preferência, eu não quero mais entrevistar o presidente da República depois de uma atitude dessa. Eu gostaria que ele desse entrevista pra quem ele quisesse, com todo respeito que tenho por ele, pelo cargo dele, eu me permito nunca mais fazer uma entrevista com ele”, afirmou Datena (assista).

Além da Band e da Record, entre os grupos de mídia que se destacam no acesso a Bolsonaro estão o SBT (14) e a Jovem Pan (7).

À empresa de Silvio Santos, o presidente deu entrevistas a telejornais, programas de entrevistas e de entretenimento.

À rádio Jovem Pan, o presidente falou exclusivamente ao programa “Os Pingos nos Is”, apresentado por Vitor Brown em conjunto com os jornalistas Augusto Nunes, José Maria Trindade e Guilherme Fiuza. O programa exibe e comenta, em seu canal no YouTube, a tradicional live do presidente realizada todas as quintas-feiras.

Das 7 entrevistas realizadas pela Jovem Pan, 4 foram durante as transmissões do presidente no Facebook em 2020. Em uma delas, os jornalistas tiveram a oportunidade de entrevistar também o ministro Paulo Guedes (Economia).

Em 16 de dezembro, o jornalista Fernando Rodrigues, diretor de Redação do Poder360, entrevistou Bolsonaro para o programa Poder em Foco. A atração é uma parceria editorial entre o jornal digital Poder360 e o SBT. Na ocasião, o presidente declarou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “já é carta fora do baralho” para as eleições de 2022. Segundo o militar, o petista “não é cabo eleitoral para mais ninguém”.

O Poder360 também analisou as entrevistas por semestre. Os resultados mostram que o presidente manteve o ritmo de entrevistas do 1º semestre de 2019 no mesmo período de 2020. Foram 29 entrevistas no começo do ano passado e 28 neste ano –uma a menos.

Considerando a aproximação com a Jovem Pan, houve uma queda em 2020 em relação às entrevistas concedidas às TVs (-3) e aumento do contato com as rádios (+3) no período.

O SBT e a Record começaram o ano de 2019 como favoritas do presidente. No entanto, isso mudou em 2020. Bolsonaro só deu duas entrevistas a cada uma até agora.

Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro recebeu 7 jornalistas individualmente no Planalto, em 14 ocasiões, não necessariamente para dar entrevista. Alexandre Garcia (ex-Globo e hoje youtuber solo) foi quem mais reuniu-se com o presidente: 6 vezes. Em seguida estão Heraldo Pereira (2) e Ratinho (2).

Saiba quais jornalistas também já se reuniram com o presidente e quando.

Em 2020, Bolsonaro se afastou e houve uma redução nos encontros com a mídia. Só recebeu Garcia –que participou da reunião de escolha de Regina Duarte para a Cultura– e Orlando Brito (Os Divergentes), fotógrafo agredido em ato pró-governo.

Desde que assumiu o Planalto, Bolsonaro recebeu 23 executivos e/ou donos de empresas de comunicação em 30 encontros e reuniões no Planalto e no Alvorada. A Record foi a mais representada: 12 vezes, em 6 ocasiões.

Em 2020 houve uma redução drástica das reuniões com os executivos de mídia. Dos 30 encontros, somente 1 foi neste ano.

De acordo com a agenda pública do presidente –que às vezes não inclui todas as suas reuniões– e com apuração do Drive, newsletter para assinantes do Poder360, o presidente reuniu-se neste ano somente com Johnny Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, em 2 de junho. A reunião ocorreu dias depois da divulgação da reunião ministerial na qual a Band foi citada.

O encontro não foi registrado na agenda. É possível que outras reuniões tenham ocorrido e que tenham ficado em sigilo.

O dono do site Terça Livre, Allan dos Santos, foi o executivo de mídia mais recebido por Bolsonaro, em 4 ocasiões. Em 1 dos encontros com Bolsonaro, Allan dos Santos esteve com sua família:

O site Terça Livre é conhecido por fazer publicações favoráveis ao governo. Em 1º fevereiro deste ano, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) da Presidência da República negou que o jornalista receba dinheiro para defender Bolsonaro em suas plataformas digitais. Em 27 de maio, Allan foi 1 dos alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal no inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre fake news e ataques contra os ministros do Supremo.

Além de Saad e Allan dos Santos, os executivos que estiveram com Bolsonaro duas vezes ou mais foram:

José Roberto Maciel. presidente do SBT: 3
Luiz Cláudio Costa, presidente da Rede Record: 3 vezes.
Marcelo de Carvalho, vice-presidente da RedeTV: 3 vezes;
Marcos Vinícius, CEO da Rede Record: 3 vezes;
Silvio Santos, dono do SBT: 3;
Amilcare Dallevo Jr., presidente da RedeTV: 2;
Douglas Tavolaro, CEO da CNN Brasil: 2;
Edir Macedo, dono da Record: 2;
Marcio Novaes, presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão: 2.

Em 2019, Bolsonaro ofereceu 7 cafés da manhã para integrantes da mídia no Palácio do Planalto. Recebeu 114 repórteres, colunistas, editores e apresentadores. É 1 recorde em relação a todos os presidentes da República anteriores.

Nos encontros, os jornalistas não puderam gravar o áudio nem fazer imagens, mas foram liberados a fazer anotações sobre o que foi dito. O Planalto grava tudo, em áudio e vídeo. As imagens são divulgadas depois.

Eis a data de cada 1 dos eventos:

28.fev: 11 jornalistas;
13.mar: 12 jornalistas;
5.abr: 15 jornalistas;
25.abr: 16 jornalistas;
23.mai: 17 jornalistas;
14.jun: 29 jornalistas.
19.jul: 14 jornalistas
Com o aumento no conflito com a mídia, o presidente não promoveu encontros em grupo com os jornalistas em 2020.

O Poder360 preparou 1 infográfico com os principais dados sobre os cafés já realizados. Diferentemente do que acontece com as entrevistas exclusivas, o Grupo Globo até então foi o que mais teve profissionais convidados pelo presidente. Foram 20 profissionais de diferentes veículos do grupo:

Bolsonaro também teve encontros informais com representantes de mídia. Eis abaixo:

4.jul.2019: recebeu 12 integrantes do grupo “YouTubers de Direita” –assim também foram chamados em agenda oficial. O encontro foi realizado por intermédio da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS).

10.out.2019: visitou a sede do jornal O Estado de S. Paulo, na capital paulista. No encontro, Bolsonaro falou em “casamento com o jornal” e recebeu de presente, emolduradas, as palavras cruzadas feitas por ele e publicadas no jornal de 1971 a 1976.

3.fev.2020: recebeu 1 microfone em sua homenagem da Band. O presidente Jair Bolsonaro diz ser ouvinte da Rádio Bandeirantes desde a década de 1960.

22.jun.2020: participou do lançamento do canal AgroMais, da TV Band.

Poder 360