Bolsonaro diz que Moro era “um estorvo”

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Foto: CAROLINA ANTUNES/PR

A sexta-feira, 24 de julho, marcará três meses da saída de Sergio Moro do governo. A aliados, quando questionado sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro diz que não só sobreviveu à queda do ex-juiz do Ministério da Justiça, como se livrou de um grande estorvo.

Muita gente, segundo aliados de Bolsonaro, chegou a duvidar da capacidade do presidente de se sustentar no governo diante da demissão de seu ministro mais popular. Alguns chegaram a dizer que a saída de Moro do governo daria início ao processo de afastamento de Bolsonaro por causa de uma forte perda de apoio entre o eleitorado.

Olhando para trás, conforme relatos de quem conversou com Bolsonaro sobre o assunto, a sensação que se tem no Palácio do Planalto é de que o presidente livrou-se de uma sombra. Moro era um empecilho para o exercício da autoridade presidencial em uma área sensível, como a de segurança.

Nas mesmas conversas, Bolsonaro ressalta que sua popularidade se manteve e, agora, começa a melhorar, e Moro sumiu do debate público. Dados da Bites Consultoria, citados pelo Planalto, apontam que, em 24 de abril, quando Moro pediu demissão do Ministério da Justiça, houve 1,8 milhão de menções sobre ele no Twitter. Agora, não consegue passar de 16 mil por dia.

Bolsonaro admite, porém, que, mesmo com Moro enfraquecido, o ex-juiz tende a ser seu principal adversário nas eleições de 2022, pois o grosso do eleitorado não está disposto a sair do espectro da direita. E Moro disputará esse público conservador.

Entre os aliados, a perspectiva é de que, com a economia melhorando e os programas sociais do governo, como o Renda Brasil, atingindo um público maior do que o atual Bolsa Família, prevalecerá a visão, sobretudo entre os mais pobres, de que, se está funcionando, não há porque mudar.

Os mesmos aliados ressaltam, ainda, a satisfação de Bolsonaro com o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, que deixou seu perfil discreto de lado para comprar brigas em favor do presidente, coisa que Moro jamais fez. O presidente valoriza demais esse comportamento de Mendonça.

Correio Braziliense