Bolsonaro faz agrado a radicais ideológicos

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Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 25.jul.2020

Depois de passar 20 dias isolado no Palácio da Alvorada pelo diagnóstico de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro retomou atividades presenciais no Palácio do Planalto, ontem, e fará nesta semana um roteiro de viagens pelo país. O plano faz parte de uma estratégia para melhorar a imagem do governo, com inauguração de obras e aproximação de lideranças políticas. Junto ao Congresso, após se associar ao Centrão, o presidente fez um aceno aos apoiadores mais fiéis, prometendo empenho em pautas defendidas pela ala ideológica.

Bolsonaro iniciará o roteiro de viagens pelo Piauí, com visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato. Depois, inaugura sistemas de abastecimento de água em Campo Alegre de Lourdes (BA). Na sexta-feira, o presidente acompanhará a entrega de um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida em Bagé, no Rio Grande do Sul.

Bolsonaro havia informado a interlocutores sua intenção de retomar o ritmo de agendas externas. Além de reforçar seu peso político em regiões onde tem avaliação mais baixa, como é o caso do Nordeste, Bolsonaro quer “mostrar que as coisas podem voltar ao normal”, segundo resumiu um auxiliar, se referindo à pandemia.

Ao mesmo tempo em que pretende intensificar os roteiros pelo país, Bolsonaro tenta assegurar o apoio de seus parlamentares mais fiéis, que cobram apoio à “pauta de costumes”. O presidente comprometeu-se com projetos que permitem o ensino doméstico e a ampliação do porte de armas para mais profissões.

O aceno vem após o enfraquecimento da ala mais ideológica no governo, com a demissão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, das acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que Bolsonaro de tentou interferir na Polícia Federal, da entrega de cargos para os partidos do Centrão e do afastamento de deputados como Otoni de Paula (PRTB-RJ) e Bia Kicis (PSL-DF), da representação do governo na Câmara.

Em reunião dos parlamentares do grupo ideológico no Planalto, também foi acertada prioridade para outras propostas: modernização do mercado cambial, reforma da Lei de Recuperação Judicial e Falências e a Lei do Gás (de quebra do monopólio da Petrobras e suas subsidiarias no fornecimento de gás natural).

Valor Econômico