Congresso convoca assessor de Bolsonaro flagrado pelo Facebook

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Foto: Reprodução

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou nesta quinta-feira (9) que, após o retorno dos trabalhos presenciais do colegiado, vai marcar o depoimento de Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial do presidente Jair Bolsonaro.

Uma investigação sobre contas falsas apontou Tercio Tomaz como administrador de perfis que divulgavam fake news. Nesta quarta-feira (8), o Facebook removeu contas inautênticas relacionadas ao PSL e a gabinetes da família Bolsonaro, inclusive, páginas ligadas a Tercio Tomaz.

A apuração foi feita pelo Laboratório Forense Digital DFR – que mantém uma parceria com a rede social – a partir de mensagens e posts divulgados nas páginas removidas.

Uma das páginas derrubadas pela rede social foi o perfil Bolsonaro News. A página funcionava no anonimato e não informava quem era o responsável pelas publicações.

Mas a investigação descobriu que o e-mail usado para registrar o perfil era o de Tercio Tomaz. Ele já foi assessor de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.

Atuamente, Tercio Tomaz é assessor especial de Jair Bolsonaro, possui um gabinete no Palácio do Planalto, apartamento funcional em Brasília e seu salário chega a quase R$ 14 mil por mês.

Nesta quinta-feira, mais cedo, Angelo Coronel apresentou um pedido para obter dados do Facebook sobre as contas que foram removidas. Esse requerimento ainda terá de ser votado pela comissão mista.

Trabalhos suspensos pela pandemia
Segundo o senador Angelo Coronel, o depoimento de Tercio será marcado assim que a CPI retomar os trabalhos presencialmente.

Devido à pandemia, a maioria das comissões do Congresso foi suspensa. Somente os plenários de Câmara e Senado e as comissões que tratam da crise da covid-19 estão funcionando, mas de forma virtual.

Além do depoimento de Tercio Tomaz, devem ser agendados, segundo Angelo Coronel, os comparecimentos de José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz. Os três seriam integrantes do chamado “gabinete do ódio” composto por apoiadores de Jair Bolsonaro.

“Será marcado o depoimento de cada um após o retorno presencial das atividades da CPMI”, disse Angelo Coronel à TV Globo.

A convocação dos três foi aprovada, pela CPI em outubro do ano passado.

Na ocasião, os parlamentares que integram o colegiado aprovaram também a convocação de Allan dos Santos, fundador do blog bolsonarista Terça Livre, que depôs à comissão em novembro de 2019.

O autor do requerimento de convocação foi o deputado federal Rui Falcão (PT-SP). Ele argumentou à época que, de acordo matérias divulgadas pela imprensa, Tomaz, Gomes e Diniz, “atuam no chamado ‘gabinete do ódio’, estão instalados próximo ao presidente, em sintonia com seus assessores diretos, com objetivo de executar estratégias de confronto ideológico e de radicalização dos ataques nas redes sociais contra adversários”.

Angelo Coronel informou que os depoimentos de Tercio, José Matheus Salles e Mateus Matos Diniz não aconteceram porque ele está seguindo a ordem cronológica dos requerimentos de convite e convocação aprovados pela CPI.

Segundo o senador, em razão da pandemia, a agenda da comissão – criada para apurar a disseminação de conteúdos falsos – está atrasada.

G1