Dono da SpaceX reconhece que EUA deram golpe na Bolívia

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Foto: Joe Skipper/Reuters

Conhecido por ser um gênio e ao mesmo tempo um exímio causador de polêmicas, o empresário e filantropo Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, resolveu disparar petardos no Twitter. Primeiro, disse que as pessoas não estão interessadas em um novo pacote de estímulo dos governos durante a pandemia de coronavírus – embora ele seja a favor de uma renda básica universal. Explica-se: em sua visão, órgãos governamentais devem maximizar a felicidade do povo. “Dar dinheiro às pessoas permite com que elas decidam o que atende melhor às suas necessidades”, afirma. Um usuário da plataforma rebateu: “Você sabe o que não era de interesse público? O governo dos EUA organizarem um golpe contra Evo Morales na Bolívia para que você possa obter lítio lá”, indagou. A resposta parece ter causado a fúria de Musk, que respondeu, em tom sarcástico: “Vamos golpear quem quisermos. Lide com isso!”. O contra-ataque gerou um furor na internet e acusações de que o empresário, além de endossar o ato, teria participado da movimentação que afastou Evo Morales da presidência da Bolívia. Mas logo depois resolveu colocar panos quentes: “O nosso lítio vem da Austrália”, disse.

Não é de hoje que Musk tem um comportamento tempestivo nas redes sociais. Causa espanto, no entanto, a afirmação o endosso a qualquer tipo de golpe ou medida impopular. Para muitos, o empresário de origem sul-africana utiliza as redes sociais para, ao emitir opiniões insólitas, manipular o patamar das ações de suas empresas. Depois do baque inicial no mercado financeiro global, a Nasdaq, onde se concentra as maiores empresas de tecnologia de capital aberto dos Estados Unidos, viu seu patamar disparar. Só a Tesla desde 18 de março viu seu valor de mercado avançar quase 300%. Hoje, a montadora de automóveis elétricos tem um valor de mercado estimado em mais de 295 bilhões de dólares (o equivale a mais de 1,5 trilhão de reais), o que é três vezes mais que as rivais Ford e General Motors juntas. Em diversas ocasiões, Musk disse que os papéis da Tesla estariam valorizados demais e ameaçou fechar o capital da Tesla quando os papéis da empresa estivessem cotados a 420 dólares cada — o que fez as ações dispararem e, posteriormente, ele ser autuado pela comissão de valores mobiliários americana, a SEC, por manipulação de mercado.

Como se não fosse o bastante, Musk iniciou, nos últimos meses, uma ofensiva à Amazon, uma das gigantes do varejo eletrônico global. Afirmou, sem pestanejar, que a Amazon teria de se desmembrar. “Monopólios são errados”, disse em seu perfil no Twitter, ao comentar o (não) lançamento do livro Unreported Truths about COVID-19 and Lockdowns, de Alex Berenson, ex-jornalista do The New York Times, que foi banido da plataforma Kindle por infringir as regras estabelecidas pela Amazon. Musk pode parecer perigoso para alguns, mas uma coisa é certa: ele não é de dar ponto sem nó. Os ataques à figura de Jeff Bezos, CEO da Amazon, tem um motivo claro. Bezos silenciosamente colocou-se como o principal rival da SpaceX, empresa de Musk, na disputa pelo futuro estelar. Homem mais rico do mundo, Bezos é o fundador da empresa aeronáutica Blue Origin. Ao efetuar a aquisição da Zoox, uma startup de táxis autônomos, no fim de junho, Bezos prometeu — sem alarde — uma competição acirrada com a Tesla pela primazia deste mercado. Musk, na ocasião, o chamou de “imitador”. Em vez de desfrutar o sucesso recente de suas empreitadas, Musk prefere alimentar teorias da conspiração criadas por si mesmo.

 

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