Edward Snowden critica lei brasileira contra fake news

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Foto: Reprodução

A grande estrela do terceiro dia de Campus Party foi um americano que vive exilado na Rússia depois de ter revelado um esquema de vigilância e espionagem contra os próprios cidadãos por parte do governo dos EUA. Edward Snowden é, hoje, um ativista.

“Não me arrependo de nada, a não ser de não ter feito antes. Se tivéssemos feito antes, teríamos podido reagir antes também para que fosse mais efetivo, especialmente reduzindo a quantidade de países que sofreram vigilância em massa”, disse na Campus Party Digital Edition.

Snowden também comentou o projeto de lei das Fake News que está sendo discutido no Brasil atualmente.

Eu não tenho detalhes sobre a lei, mas sabendo o estado da democracia no Brasil, não é tão surpreendente assim. Nós vemos essas leis sendo usadas para efeito político e para controlar o entendimento público da realidade

Para o ativista, quem propaga notícias falsas deve ser investigado e punido individualmente de acordo com a lei, mas a estratégia de transformar provedores e plataformas em polícia das fake news ou do discurso de ódio é um erro.

Viver nas periferias e favelas brasileiras, além de todas as dificuldades, também significa estar mais distantes dos avanços tecnológicos. Internet, na maioria das vezes, só existe nos celulares e com pacotes de dados simples e que se esgotam rapidamente.

Justamente para discutir o papel da tecnologia nesses locais, o jornalista Ronaldo Matos, do blog Quebrada Tech, de Tilt, participou do palco New Horizons, na CP Digital Goiás.

“A tecnologia não só propõe combater as desigualdades sociais, mas é também um elemento estruturante que alimenta essas desigualdades”, disse.

Matos também fez um alerta sobre como as empresas de tecnologia precisam mudar o olhar para os próximos anos.

Se o rumo da inovação tecnológica não mudar nos próximos 10 anos, teremos uma geração de cidadãos brasileiros que não vão conseguir consumir tecnologia porque não terão mínimas condições de sobrevivência

Pelo terceiro dia seguido, a Campus Party Digital Edition, em suas três edições nacional, trouxe dezenas de palestras em seus vários palcos, com foco no tema principal do evento “Reiniciando o planeta”.

Pela primeira vez, a Campus Party não foi realizada em um local físico, deixou de lado as barraquinhas e teve uma edição 100% digital.

No Brasil, a Campus Party foi concentrada em três locais: Brasília, Goiás e Manaus (Amazônia). Os três polos brasileiros contaram com diversos palcos com temáticas diferentes, como o Green Deal (energia limpa e sustentável), Joy of Live (entretenimento digital), Living Better (saúde e ciência), New Horizons (educação e cidades inteligentes) e Work Life (emprego e economia).

Neste ano, Tilt, o portal de ciência e tecnologia do UOL, foi parceiro oficial de mídia do evento. Nos três dias de Campus Party, nossos blogueiros foram convidados a palestrar.

Na quinta-feira (9), Felipe Zmoginski, do blog Copy From China, iniciou a programação do palco Work Life, na CP Digital Goiás, e mostrou dez provas de que a vida não vai voltar ao normal pós-covid-19.

Os late adopters não vão voltar para a vida offline. O tiozão que não gostava de usar aplicativo de celular ou a senhora que tinha medo de usar cartão na internet passarão a usar mais o canal online

Renato de Castro, do blog Cidades Mais Inteligentes, abriu o palco New Horizons, da CP Digital Goiás, para falar da experiência dele na crise do coronavírus na Itália, onde ele está vivendo e as tendências para o mundo pós-pandemia.

Nós sim voltaremos ao normal, mas no novo normal o que muda não é a tecnologia, mas a velocidade de mudança da realidade. Empresas, governos, pessoas e escolas que querem se tornar mais resilientes precisam entender que a tomada de decisão e o ajuste de rumo têm que ser tomado muito mais rápido do que o que a gente fazia

Daniela Klaiman, do blog O Mundo Mudou, falou sobre a tecnologia cria novas realidades no palco New Horizons, na CP Digital Brasília.

Estamos entrando na web 3.0 que é inteira sobre experiências. Como sobre eu posso experienciar coisas nesse universo digital

Na sexta-feira (10), Letícia Piccolotto, do blog GovTech, falou no palco New Horizons, da CP Digital Brasília, sobre os impactos da pandemia para a digitalização de serviços públicos.

O governo precisava se digitalizar, mas por causa da pandemia vimos órgãos públicos superburocráticos discutindo home-office, aulas online, telemedicina. Apesar de toda a dor, vemos a tecnologia como uma aliada

Filhos, programação, tirinhas e quarentena
André Noel, do blog Um Sisteminha Simples, contou de forma bem-humorada um pouco sobre a vida de programador em quarentena, no palco Work Life, na CP Digital Goiás.

Tenho quatro filhos. Os dois mais velhos têm aula online e as menores estão destruindo a casa. Então, imagina trabalhar tendo de ajudar os filhos na aula e com gente destruindo a casa. Essa é minha rotina na quarentena

Uol