MBL começa a ser desmascarado

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Foto: Polícia Civil

Dois empresários foram presos na manhã desta sexta-feira em uma operação, batizada de “Juno Moneta”, realizada pela Polícia Cívil de São Paulo, Ministério Público Estadual e Receita Federal. Segundo o MP, eles mantêm “mantêm estreitas ligações” com o Movimento Brasil Livre (MBL), cujo sede, na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, foi alvo de busca e apreensão. O movimento nega que os presos sejam integrantes do MBL e diz que a operação é uma retaliação por causa da oposição feita ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso, conhecido como Luciano Ayan, são investigados por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, ainda de acordo com o Ministério Público. “As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas pessoas”, afirma nota do MP.

Também em nota, o MBL disse que “Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso não são integrantes e sequer fazem parte dos quadros do MBL. Ambos nunca foram membros do movimento.”

O Ministério Público diz que há uma confusão jurídica empresarial entre MBL e Movimento Renovação Liberal (MRL). Afirma que que o movimento recebe doações de forma suspeita. Cita pagamentos através da plataforma Google Pagamentos – que desconta 30% do valor, ao invés de doações diretas na conta. Fala ainda na constituição e utilização de diversas empresas em incontáveis outras irregularidades, especialmente fiscais. “A família Ferreira dos Santos, criadora do MBL, adquiriu/criou duas dezenas de empresas – que hoje se encontram todas inoperantes e, somente em relação ao Fisco Federal, devem tributos, já inscritos em dívida ativa da União, cujos montantes atingem cerca de R$ 400 milhões.”

Renan Santos, líder do movimento, afirma que o MBL é uma marca fantasia e que o MRL é associação jurídica utilizada pelo movimento.

— O único CNPJ é do MRL.

Sobre as dívidas fiscais, Renan diz que se tratam de débitos atribuídos a empresas que perteceram a seu pai.

— Meu pai foi sócio de empresas que deviam (imposto), como qualquer empresa deve. Passaram como se fosse um grande grupo que desviou R$ 400 milhões, como se o MBL tivesse desviado R$ 400 mihões. O que uma coisa tem a ver com a outra?

Renan classifica a operação como “armação maluca”.

— Essa é uma denúncia que roda nas redes bolsonaristas, nos perfis falsos há muito tempo. O promotor pegou isso e trsnformou numa investigação sem pé nem cabeça. Não temos nada a temer, não fazemos nada de ilegal. Vamos para cima de todo mundo que está faazendo essas acusações, inclusive do promotor — afirma.

A polícia cumpre seis mandados de buscas e apreensão e dois de prisão em São Paulo e em Bragança Paulista, no interior do estado.

O nome da operação “Juno Moneta” faz referência ao antigo templo romano onde as moedas romanas eram cunhadas. Cerca de 35 policiais civis do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) e 16 viaturas participam da operação.

O Globo