Militares devem evitar outro analfabeto na Educação

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Foto: Denio Simões/Valor

Apesar de sondagem para assumir o Ministério da Educação, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), não deve ser convidado formalmente para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro em função de resistências ao seu nome entre ministros palacianos e membros da bancada evangélica.

De acordo com fontes, os ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e da Casa Civil, Walter Braga Netto, seriam contrários a eventual escolha de Vitor Hugo para o comando do MEC. A relação entre os auxiliares do Palácio do Planalto e o deputado goiano é marcada por divergências.

A pouca idade do líder do governo – ele tem 43 anos – e o fato de estar abaixo dos ministros na hierarquia do Exército seriam pontos levantados pelos auxiliares do Palácio do Planalto. Meses atrás, os mesmos argumentos chegaram a ser utilizados para tentar convencer Bolsonaro a tirar Vitor Hugo do atual cargo.

Outro componente que jogaria contra a indicação dele para o MEC seria uma resistência entre integrantes da bancada evangélica, que teriam preferência por “um nome mais técnico, um educador”. O grupo ainda é entusiasta de uma eventual indicação do reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Ribeiro Correia.

Segundo apurou o Valor, Bolsonaro fez um telefonema para Vitor Hugo no domingo e para uma sondagem. Perguntou se o líder do governo aceitaria assumir a pasta. Ambos se encontraram nesta segunda-feira em um almoço no Palácio do Planalto em que falaram exclusivamente sobre educação. Em nenhum dos episódios, porém, houve um convite formal ou alguma sinalização de que isso realmente ocorrerá. O presidente chegou a afirmar ao aliado que está sondando diversos nomes.

Ainda que Vitor Hugo não enfrente resistência entre correligionários, os bolsonaristas preferem o advogado Sérgio Sant’Ana. A secretária de Educação Básica, Ilona Becskeházy, também já esteve entre os favoritos do campo ideológico, mas seu nome teria perdido força.

Os militares, por sua vez, seriam simpáticos à ideia de nomear o ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinícius Rodrigues.

O presidente também teve uma conversa nesta segunda-feira com outro nome cotado para o cargo, o reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Aristides Cimadon, que conta com o apoio de parlamentares catarinenses da base governista, entre eles, o senador Jorginho Mello (PL-SC), responsável pela indicação.

De acordo com fontes, o nome de Cimadon estaria fortalecido porque o presidente não poderia ser acusado por nenhum dos núcleos do governo de que deu preferência para um dos grupos.

Durante as conversas, o chefe do Poder Executivo tem demonstrado que quer definir o novo titular do MEC “o quanto antes”, mas indicou que não fará nenhuma escolha açodada. Ele também tem indicado que o novo ministro deverá dedicar uma atenção especial ao ensino básico e ao ensino profissionalizante.

Valor Econômico