Nos EUA: com fim do isolamento, pandemia volta a crescer

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 Foto: MIKE BLAKE / REUTERS

Os Estados Unidos registraram quase 50 mil novos casos do novo coronavírus nesta quarta-feira, o quinto recorde diário em oito dias, enquanto o país cambaleia para um fim de semana de feriado, com a data comemorativa de 4 de julho, o Dia da Independência dos EUA, sobrecarregado por uma pandemia que só está piorando.

Segundo dados da Universidade de Johns Hopkins, os EUA chegaram a marca de 128.062 mortes, nesta quarta-feira, e mais de 2 milhões de casos da doença: 2.686.587 infectados.

Diante dos casos que atingiram novos recordes desanimadores, as autoridades de saúde de todo o país instaram os americanos a reduzir seus planos de feriado.

O Texas atingiu mais de 8 mil novas infecções, superando o recorde diário anterior, estabelecido na terça-feira. O Arizona somou mais de 4.700 casos, um pouco abaixo do recorde da véspera. Na Geórgia, houve mais de 2.300 novos casos. A Flórida tinha mais de 6.500.

À medida que novos casos surgem, estados e localidades revertem os planos de reabertura. Os restaurantes da cidade de Nova York não retomarão o serviço interno na próxima semana, conforme planejado originalmente. Miami Beach disse que restabeleceria um toque de recolher noturno a partir desta quinta-feira, e a Califórnia, que foi o primeiro estado a adoar o isolamento social, mais uma vez fechou bares e interrompeu as refeições em restaurantes de 19 municípios.

Novos surtos estão surgindo no sul e oeste, e as áreas que avançaram contra o vírus estão mostrando sinais de ressurgimento da transmissão. Vários estados liderados pelos republicanos que agiram rapidamente para restabelecer a economia nesta primavera, a pedido do presidente Donald Trump, estão agora voltando a algumas restrições.

O Arizona, que Trump visitou em maio e elogiou por seus planos de reabertura, agora está vendo um número recorde de novos casos, e o governador Doug Ducey decidiu nesta semana fechar os parques aquáticos e pedir que bares, academias e cinemas também fechem por 30 dias. Na quarta-feira, o vice-presidente Mike Pence visitou o Arizona para discutir a crise.

Pence disse a Ducey que o governo federal ajudará o estado com mais 500 profissionais de saúde pública, mobilizando médicos, enfermeiros e técnicos.

Em Nebraska, os líderes estaduais sugeriram que os anfitriões das tradicionais refeições ao ar livre, como os churrascos, guardem listas dos convidados para facilitar o rastreamento de contatos, se houver um surto.

A Autoridade de Saúde de Oregon alertou os moradores de que “a escolha mais segura deste feriado é comemorar em casa”. E em Los Angeles, na Califórnia, onde 10 mil novos casos foram anunciados desde sexta-feira, o departamento de saúde pública ordenou o fechamento de praias e o cancelamento de shows de fogos de artifício.

Em vários outros lugares, os pedidos eram semelhantes: pule a festa. Fique em casa. Não agrave uma situação ruim.

O Globo