Pandemia recrudesce também na França

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Foto: AFP – JEAN-FRANCOIS MONIER

Os números ainda não são alarmantes, mas um aumento de casos de coronavírus em regiões da França, que tinham sido poupadas durante a primeira onda da pandemia, vem sendo observado. Representantes regionais não falam em medidas de isolamento, mas realizam campanhas massivas de testes.

Em certas regiões, o coronavírus está aumentando de maneira representativa. Na Bretanha, região turística no noroeste da França, é onde o aumento é mais preocupante. O R zero (R0), número médio de pessoas contaminadas por um mesmo portador do vírus, está em 2,6. Isso significa que um único infectado contamina quase três pessoas na região, de acordo com dados do órgão de Saúde Pública francês. Comparativamente, na semana passada o R0 era de 1,07.

O número de infecções progride rapidamente em quatro departamentos da região bretã, onde 110 novos casos foram contabilizados em somente cinco dias.

“Todos devem mostrar o exemplo, os habitantes da Bretanha e os turistas”, diz Loïg Chesnais Girard, presidente da região. “As coisas estão bastante difusas no conjunto da Bretanha. Tivemos há algumas semanas, alguns focos em empresas, mas hoje não temos nenhum preciso”, explica sem indicar se medidas de isolamento serão aplicadas.

Por enquanto, apenas a campanha de testes dos habitantes se intensificou. Atividades culturais previstas para o verão também podem ser canceladas.

“Nós fomos poupados pelo vírus, mas como eu sempre disse, nós não estamos imunizados”, diz o presidente de uma das regiões que teve menos casos durante a primeira onda da pandemia na França. Os hospitais chegaram a aceitar doentes vindos de outras regiões, como a Leste, muito mais atingida pelo coronavírus.

A região da Provence-Alpes-Côte d’Azur, no sul do país, e a ilha de La Réunion, território da francês no Oceano Índico, também mostram taxas de contaminação preocupantes.

Na quarta-feira (15) a Agência Regional de Saúde comunicou que a Mayenne, região a oeste de Paris, tinha confirmado 382 casos e 15 hospitalizações. A zona foi considerada de “vulnerabilidade elevada” e uma campanha de testes massiva está sendo realizada.

O R0 na França se mantém baixo, é de 1,18, mas está acima de 0 e não mostra diminuição, o que significa que o vírus continua circulando. O ideal é que fique abaixo de 1, como era o caso há duas semanas.

Médicos e autoridades sanitárias repetem que a população deve ser extremamente prudente e respeitar o máximo possível os gestos de proteção. O temor de uma segunda onda da doença, antecipou para segunda-feira (20) a obrigatoriedade do uso de máscaras em lugares fechados, que estava prevista para entrar em vigor em agosto.

Rfi