Advogado de Witzel processará banqueiro por delação

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Foto: Reprodução / CNN

Citado em um dos 33 anexos do acordo de colaboração premiada do ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, relativo a processo que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o advogado do governador Wilson Witzel (PSC), no processo de impeachment em andamento na Alerj, Manoel Peixinho, não está satisfeito. E ele promete processar o ex-secretário por dano moral e qualifica o depoimento do médico como mentiroso. Nele, Santos diz que o advogado foi indicado para fazer sua defesa pelo empresário José Carlos Gomes de Melo, pró-reitor acadêmico da Universidade Iguaçu (Unig), até junho.

Neste anexo da delação, ao qual a CNN teve acesso, Edmar disse ter recebido a indicação por telefone, e que encontrara Manoel Peixinho duas vezes, no escritório do advogado. Segundo a delação, Edmar disse que “não se sentiu confortável para contratá-lo”. O advogado nega, apresenta sua versão do fato.

“Na verdade, foi ele quem me procurou, pedindo ajuda. Eu cobrei os honorários e ele disse que não teria como pagar. Depois, acharam R$ 8 milhões com ele. Não há objetivo em citar um advogado em uma delação. O que é isso? A criminalização da advocacia? O que eu entendo é que o ex-secretário quis ligar o José Carlos Gomes de Melo ao governador, e me usou para isto. Ela não me indicou para esse caso e, se tivesse indicado também, não haveria nada de irregular”, afirma Peixinho.

O termo de delação de Edmar Santos diz ainda que Manoel Peixinho “seria bastante ligado a Cássio, ex-chefe de gabinete da Casa Civil do Governo do RJ até a chegada de André Moura”. O citado seria Cássio Rodrigues Barreiro, assessor de Moura. Adiante, o documento diz “que o colaborador soube posteriormente que Peixinho tornou-se advogado do governador Wilson Witzel”.

Segundo o advogado, o processo de dano moral de justifica porque, com suas declarações, Edmar Santos pretenderia associá-lo a uma suposta organização criminosa, ao citá-lo e envolvê-lo nos termos do acordo de colaboração premiada.

“Ele disse, agora vai ter que provar. Eu tenho provas e testemunhas do que afirmo. Nada disto que ele disse é verdade, e quem não deve não teme. Eu não entendo é o motivo de os advogados dele terem permitido isto entrar nos termos da delação, e o Ministério Público Federal ter admitido isto”, complementa o advogado.

Peixinho admite ter estado com Edmar Santos em outras ocasiões. No entanto, nos encontros realizados em seu escritório, ele teria oferecido orientações relativas ao Direito Administrativo, ramo no qual sua atuação é especialmente reconhecida no ambiente jurídico. Segundo o advogado, não havia nenhuma ação do Ministério Público naquele momento. “No entanto, ele achou que deveria procurar um advogado criminalista”, conclui.

CNN Brasil