Aras adota tom ameno após pitis

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após ter presidido uma sessão tensa na sexta-feira passada, na qual fez duros ataques aos colegas, o procurador-geral da República Augusto Aras adotou um tom conciliatório em nova reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal nesta terça-feira, afirmou que sempre concedeu aos colegas “o tratamento mais respeitoso” e pediu aos subprocuradores-gerais da República para “evitar embates desnecessários”.

Aras atribuiu o embate da sessão anterior a um “momento polarizado”. Na ocasião, o subprocurador Nicolao Dino leu uma carta aberta, apoiada por dois outros integrantes do conselho, na qual fizeram cobranças às críticas feitas por Aras à Lava-Jato e apontaram que o procurador-geral estava fazendo ataques à credibilidade do MPF. Irritado, Aras rebateu as afirmações, disse ser alvo constante de fake news plantadas pelos colegas do conselho, afirmou que havia “provas” contra a Lava-Jato e encerrou a sessão, levantando-se imediatamente para ir embora, apesar da tentativa de seus colegas debaterem o assunto.

Ao abrir nova sessão do conselho nesta terça, o tom de voz do procurador-geral da República era tranquilo e o apelo era por conciliação. O início da sessão, com a fala de Aras, foi transmitida pelo MPF, mas, como se tratava de uma sessão administrativa, que costuma ser fechada apenas para os integrantes do conselho, essa transmissão foi interrompida.

— Tudo isso teria sido mitigado até se nós tivéssemos tido o costume de fazer reuniões administrativas. Espero que dessa forma doravante nós venhamos a fazê-lo, evitando embates desnecessários entre nós todos. Afinal de contas, todos sempre tiveram de mim o tratamento mais respeitoso possível, eu não posso dizer também que não tenha tido o tratamento mais respeitoso de todos, embora tenha algumas reservas no que toca a alguns assuntos — afirmou Aras.

O procurador-geral da República também disse que os ataques ao MPF não estão partindo da iniciativa dele.

— Nós estamos todos no mesmo barco. Se esse avião afundar ou cair, todos nós caímos juntos. Os ataques à instituição já são muito fortes e não vêm da minha manifestação. Vêm das PECs que já estão postas e não foram postas por mim, nem eu pretendo reavivá-las — disse, sem dar detalhes sobre quais Propostas de Emenda à Constituição ele estaria se referindo.

Outros subprocuradores responderam e também adotaram um tom de conciliação.

O Globo