Biden critica atuação de Trump na pandemia

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Foto: Associated Press

A quarta e última noite da Convenção Nacional Democrata teve como ponto alto, nesta quinta-feira (20), o discurso que Joe Biden esperava fazer há décadas: aceitando a indicação para a disputa presidencial por seu partido. Em sua fala, Biden afirmou que os EUA vivem “um dos momentos mais difíceis da história do país”, com uma “tempestade perfeita” de crises simultâneas e fez ataques enfáticos a Donald Trump, a quem acusou de “não assumir responsabilidades” e ter fracassado em proteger os americanos durante a pandemia de Covid-19.

Antes do aguardado discurso, um vídeo foi exibido descrevendo a trajetória política e pessoal de Biden, que, prestes a completar 78 anos de idade em novembro, pretende se tornar a pessoa mais velha a assumir a Presidência dos EUA.

A produção que antecedeu sua fala mostrou uma imagem bastante humanizada do candidato, expondo seu problema de gagueira, as inseguranças ao migrar da carreira de advogado para a política e perdas familiares (Biden perdeu a primeira esposa e a filha de um ano em um acidente automobilístico em 1972; e, em 2015, perdeu o filho Joseph “Beau” Biden, vítima de um câncer aos 46 anos).

Ao aceitar a nomeação como candidato democrata à presidência, no início de seu discurso, Biden frisou que pretende ser um presidente para seus apoiadores e também “aqueles que discordam” de suas visões políticas.

“A escolha (nas eleições) não poderia ser mais clara. Julgue este presidente (Donald Trump) pelos fatos: 5 milhões de contaminados, mais de 170 mil mortos (pela Covid-19). Mais de 10 milhões de pessoas perderam a asistência de saúde. Se ele for reeleito, vocês sabem o que vai acontecer. Mais empresas familiares vão fechar e dessa vez para sempre. E, mesmo assim, o 1% mais rico vai continuar ganhando mais e pagando menos impostos”, disse Biden em um dos momentos mais acalorados de sua fala.

Em diversos momentos, o candidato democrata acusou Donald Trump de dividir o povo americano. “O governo atual nos manteve na escuridão por muito tempo. Muita raiva e muita divisão. Se confiarem em minha presidência, trarei o melhor de nós e não o pior. É a hora que nós, o povo, nos unamos para superar esse época de medo nos EUA, colocando os fatos no lugar da ficção”, afirmou.

‘Trump fica esperando um milagre’

Biden disse que Trump “falhou em proteger” os americanos e acusou o republicano de “não assumir responsabilidades”.

“Ele fica esperando um milagre, mas não há um milagre vindo. O presidente não tem um plano, eu tenho”, afirmou o candidato, destacando a necessidade de que os EUA não dependam de outros países para testar e medicar sua população em meio a uma pandemia.

Em vários momentos do discurso, o democrata avaliou o momento atual como histórico. “É uma eleição para mudar vidas. Agora que podemos decidir como os Estados Unidos serão por um longo tempo”, disse, classificando o os dias atuais como um “período sombrio” que “precisa ser superado”.

“A história nos deu um dos momentos mais difíceis da história do país. Quatro crises ao mesmo tempo: pior pandemia dos últimos 100 anos, pior crise econômica desde a recessão de 1929, pior problema de injustiça racial desde os anos 1960 e ameaças crescentes de mudanças climáticas”, listou.

Os movimentos por justiça racial no país foram outro ponto muito presente no discurso de Biden nesta quinta-feira. Em uma referência ao caso George Floyd, falou em “tirar aquele joelho do pescoço dos que estão sofrendo”.

Valorizando os imigrantes, citou sua vice Kamala Harris, negra filha de mãe indiana e pai jamaicano, e exaltou sua competência. Em outro aceno a um importante aliado, Biden se disse honrado em ter trabalhado ao lado de Obama, a quem serviu como vice-presidente em dois mandatos. “Obrigado, senhor presidente, você foi um homem bom e nos inspirava”.

Como estratégia econômica, mencionou o potencial do país em “liderar o mundo em energia limpa, gerando milhares de empregos”, além de dizer que “já passou a hora de os mais ricos e maiores corporações desse país paguem o que é justo”, indicando uma reforma tributária com taxação maior de grandes lucros e fortunas.

Biden se comprometeu, ainda, a “proteger a Previdência e o Medicare (o sistema de saúde gerido pelo governos dos EUA)”, acusando o governo de Trump de não se preocupar com os aposentados e a saúde pública do país.

No final do discurso, após traçar um quadro extremamente negativo para o presente momento do país, Biden usou palavras de esperança ao eleitorado. “Podemos definir os EUA em uma palavra: possibilidade”.

CNN Brasil