Flavio Bolsonaro voou infectado e sem máscara

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Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, voou semana passada em companhia de vários passageiros com máscara no queixo, apesar de ter sido repreendido várias vezes. O voo partiu de Brasilia em direção ao Rio de Janeiro. Seu descaso foi registrado pelo celular de um passageiro.

O voo era o LA 3445, das 20h45, dia 19 de agosto, BSB/Rio (Galeão). O senador viajou quase o tempo todo de Brasília para o Rio sem máscara ou com máscara no queixo. Chamaram sua atenção umas quatro vezes. Várias pessoas pediram aos comissários que o advertissem. Mas ele colocava e logo depois tirava a máscara. O voo inteiro levava passageiros devidamente protegidos, à exceção do senador e de um outro homem.

Na segunda-feira durante o dia, o exame de Covid-19 deu positivo. Sua assessoria informa que Flávio está assintomático e em isolamento domiciliar. Dá para imaginar quantas pessoas no mesmo avião podem ter sido contaminadas? Bolsonaristas ou não?

Por que um senador da República age de maneira tão irresponsável? Sem se preocupar com os outros e dando mau exemplo? Sabemos por quê. Educação vem de casa, de berço. Flávio não coloca a máscara da mesma forma que o pai sempre desprezou publicamente, com arrogância e ignorância, o uso de uma proteção.

Não pensa na segurança ou na saúde dos outros. Acha que está acima de todos. Acha que tem o direito não só de voar sem máscara, arriscando a vida dos passageiros, mas também de ter amizades obscuras com milicianos e movimentar, com o amigo Queiroz, contas nada republicanas.

Tudo faz parte de uma mesma personalidade.

O uso de máscara é obrigatório para a maioria das companhias aéreas, sejam elas nacionais, como Latam, Gol e Azul, ou internacionais como American Airlines, Air France, KLM e Lufthansa. Algumas linhas aéreas têm regras mais específicas. A British Airways, por exemplo, pede aos passageiros que troquem suas máscaras por uma nova a cada 3-4 horas e a Qatar Airways exige que a tripulação use equipamentos de proteção para todo o corpo.

Mas existe gente no mundo que não respeita regras. Deve ser também por causa do tal foro privilegiado.

Médicos afirmam que quem estava próximo a Flávio Bolsonaro corre risco real de ter sido contaminado. Pior para quem estava ao lado e atrás dele. Os demais, menos provável, mas também correm risco.

Consultada sobre o ocorrido e indagada sobre quais são as sanções previstas para quem desrespeita o uso de máscara durante o voo, a Latam prometeu se posicionar oficialmente. Sabe-se que as companhias aéreas não têm como obrigar um passageiro a se proteger e proteger os outros. Há sanções genéricas, como eventualmente colocar numa “blacklist” um passageiro que se recuse a cumprir o regulamento sanitário aprovado mundialmente, o que inclui respeitar o distanciamento e usar a máscara direito. A colunista aguarda o posicionamento oficial da Latam, a respeito do caso que envolve Flávio Bolsonaro, denunciado por passageiros que se sentiram inseguros e agredidos pela indiferença do senador. Um passageiro decidiu divulgar a imagem após o exame positivo para Covid do filho de Bolsonaro.

O Globo