Moro nega parcialidade vista pelo STF

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Operação Lava-Jato Sergio Moro negou nesta terça-feira que tenha agido de forma parcial na ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber propina da Odebrecht, na forma de um terreno para a construção do Instituto Lula, em São Bernardo do Campo (SP).

Nesta terça-feira, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu excluir dos autos da ação penal a delação do ex-ministro Antônio Palocci, adicionada por Moro a seis dias do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018.

Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, em seus votos, afirmaram que o então magistrado quis criar um fato político para favorecer o presidente Jair Bolsonaro, cujo governo ele viria a integrar. Eles chamaram a atenção para o fato de a delação ter sido adicionada ao processo em data próxima do pleito, sendo que o documento havia sido homologado três meses antes.

Segundo Moro, Palocci já havia prestado depoimento público na mesma ação – portanto, a inclusão da colaboração premiada nos autos não traria nenhum elemento novo capaz de alterar o curso do caso. Ele ainda disse que a defesa de Lula teve amplo acesso ao conteúdo do acordo.

“Eu, como juiz, sequer proferi sentença na ação penal na qual houve a inclusão da delação de Pallocci. A sentença condenatória contra o ex-presidente que proferi é de julho de 2017, ou seja, foi em outra ação penal e muito antes de qualquer campanha eleitoral”, escreveu, destacando que essa sentença foi confirmada em segunda e terceira instâncias.

Valor Econômico